‘Magras, magras, magras’: a moda perigosa do TikTok que deixa jovens em risco
2024-11-29
Autor: Maria
A nova ‘trend’ do TikTok, acompanhada pela música que diz ‘magras, magras, magras’, está gerando uma grande polêmica. Muitos jovens têm postado vídeos expressando desejos inquietantes, como desejar que alimentos provoquem diarreia ou até que fiquem doentes para emagrecer. Esse fenômeno é alarmante, especialmente entre o público jovem, que é predominantemente feminino.
A situação se agrava, já que o eco desse conteúdo chegou até as escolas. Recentemente, um jovem registrou um vídeo de crianças em uma quadra escolar gritando em coro: ‘magras, magras, magras!’, sinalizando a normalização de um comportamento perigoso que compromete a saúde mental e física.
A psicanalista Marli Pereira alerta que esse tipo de conteúdo pode ser devastador. "O impacto sobre a saúde mental desses jovens é significativo, levando-os a acreditar que a magreza é a única forma de beleza. Isso pode resultar no desenvolvimento de transtornos alimentares graves, como anorexia e bulimia", explica.
De acordo com a nutricionista Giovanna Pimentel, a obsessão por um corpo magro não é nova, mas suas manifestações estão mudando. “O ideal de beleza de cinco anos atrás não é o mesmo hoje. O perfil de ‘shape slim’ tem ganhado destaque nas redes sociais, e os jovens estão recebendo mensagens distorcidas sobre o que é ser saudável”, diz. Ela também ressalta que a pressão social pode levar muitas pessoas a se privarem de alimentos que gostam, resultando em uma relação prejudicial com a comida.
Outro ponto alarmante é a proliferação de dietas extremas, que não têm base científica, mas prometem um corpo ideal. "Isso gera um efeito rebote de culpa e insatisfação, o que é emocionalmente desgastante", alerta Giovanna.
Diante dessa preocupação, questionamos o TikTok sobre como a plataforma está lidando com esse tipo de conteúdo. Em resposta, a empresa afirmou que possui diretrizes rígidas e não permite conteúdos que promovam comportamentos alimentares desordenados ou perigosos. Contudo, muitos usuários e especialistas ainda se questionam sobre a eficácia das políticas de moderação e se elas são suficientes para proteger os jovens dessa pressão nociva.
É fundamental que educadores e pais estejam atentos a essas tendências e promovam conversas sobre a aceitação do corpo e a importância da saúde mental, buscando alternativas que valorizem o bem-estar em vez dos padrões impostos pela sociedade. O cuidado com as mensagens que circulam nas redes sociais pode ser a diferença entre a saúde e o adoecimento de muitos jovens.