Mariana Rios, atriz e apresentadora, recentemente compartilhou com seus seguidores que está enfrentando uma doença auditiva que se manifesta através de zumbidos constantes. Segundo a especialista em otorrinolaringologia, Nathália Prudencio, a relação entre estresse e o aparecimento de sintomas como zumbido e tontura é mais complexa do que parece. Ela destaca que, embora não possamos afirmar que o estresse e a ansiedade sejam as únicas causas, certamente eles agravam os problemas existentes e podem intensificar os sintomas, principalmente em condições crônicas como a Doença de Ménière, que causa episódios de tontura intensa.

"O estresse crônico e a ansiedade em alta demanda emocional podem ser gatilhos para o agravamento do zumbido", explica a doutora. "É fundamental entender que pacientes com zumbido que não recebem tratamento adequado podem ver sua saúde mental comprometida, levando a um ciclo vicioso de estresse e agonia."

Estudos recentes mostram que em tempos de alta pressão emocional, a percepção do zumbido pode aumentar, gerando um impacto significativo na vida do paciente. Como enfatiza Nathália, "as emoções são uma expressão da nossa fisiologia e a sobrecarga no trabalho e nas relações pessoais pode gerar consequências diversas, refletindo na saúde auditiva".

Uma pesquisa revelou que apenas 10% das pessoas que sofrem com zumbido consideram isso um grande incômodo. No entanto, entre essas, muitos desenvolvem transtornos de humor como ansiedade e depressão. "Momento de estresse elevado pode fazer com que o paciente preste mais atenção ao zumbido e sinta o impacto disso em sua rotina", acrescenta a médica.

Além do estresse, o zumbido pode ser desencadeado por diversos fatores como infecções, acúmulo de cerume, medicamentos e até problemas dentários relacionados à articulação temporomandibular. "Os pacientes que lidam com problemas na mordida ou bruxismo podem ter um aumento do zumbido em situações de tensão, devido à tensão muscular nas áreas ao redor do ouvido", alerta Nathália.

De acordo com a otoneurologista, a combinação de fatores emocionais e físicos é um tópico de grande debate entre especialistas. "Ao analisar a conexão entre zumbido e saúde mental, a preocupação principal deve ser com o impacto que o zumbido exerce na qualidade de vida dos pacientes. Muitas pessoas acabam se adaptando ao sintoma, mas outras podem enfrentar uma queda significativa na qualidade de vida devido ao zumbido persistente."

Para quem enfrenta essa situação, o primeiro passo é buscar um diagnóstico preciso com um profissional capacitado. Nathália enfatiza que o tratamento adequado pode fazer toda a diferença e que o acompanhamento psicológico é uma ferramenta valiosa para aqueles que lidam com a ansiedade relacionada ao zumbido. Em resumo, é essencial trabalhar não apenas os sintomas auditivos, mas também os fatores emocionais para uma melhoria completa na qualidade de vida.