Nação

Marina Silva: "Um governo só termina quando outro toma posse" - O que isso significa para a agenda climática após a eleição de Trump

2024-11-18

Autor: Lucas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou sobre as implicações da eleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, que é conhecido por suas políticas favoráveis à exploração de petróleo e por sua postura negacionista em relação às mudanças climáticas. Ela afirmou que, apesar da vitória de Trump, os compromissos assumidos pelo governo americano em relação à agenda climática do Brasil ainda estão em vigor, incluindo o financiamento de 50 milhões de dólares para o Fundo Amazônia anunciado recentemente.

Durante um evento privado na Noruega, realizado à margem do G20 no Rio de Janeiro, Marina afirmou: “Um governo só termina quando outro toma posse. Os compromissos de Estado são compromissos de Estado.” Essa declaração ressalta a importância de garantir a continuidade das políticas climáticas, independentemente das mudanças políticas nos Estados Unidos.

Marina refletiu sobre a possível ausência dos EUA em fóruns internacionais de debate e acordos climáticos nos próximos anos, apontando que isso representa um "prejuízo muito grande", mas não é o "fim do mundo". "Os EUA são o segundo maior emissor de gases do efeito estufa e possuem uma base tecnológica robusta, então, é um desafio significativo, mas a história nos mostrou que a agenda climática pode avançar sem a presença deles", explicou.

A ministra ressaltou que as ações multilaterais são essenciais para enfrentar a crise climática, e destacou que a pandemia de Covid-19 evidenciou a necessidade de uma agenda cooperativa global. "Se não estivermos juntos, enfrentando desafios como a saúde pública ou a mudança climática, fica extremamente difícil obter resultados positivos," enfatizou.

Além disso, durante a reunião dos líderes do G20, Marina afirmou que o objetivo é elaborar uma declaração que promova o financiamento necessário para a implementação de ações contra as mudanças climáticas, a remuneração pelos serviços ecossistêmicos e a criação de um link robusto entre as finanças, o clima e o desenvolvimento sustentável, visando um novo ciclo de prosperidade.

Em meio a tantas incertezas, a posição de Marina Silva destaca a importância de manter o foco em compromissos globais que garantam não só a preservação ambiental, mas também o bem-estar econômico e social, que estão profundamente entrelaçados. A ministra espera que as decisões tomadas no G20 possam servir de alicerce para futuras ações climáticas e um desenvolvimento realmente sustentável.