Mauro Cid revela planos de golpe antes da diplomação de Lula e Alckmin
2024-11-25
Autor: Matheus
Investigações da Polícia Federal (PF) trouxeram à tona áudios comprometedores do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), onde ele menciona que um suposto golpe de Estado teria que ocorrer "antes do dia 12" de dezembro de 2022. Esta data coincide com a cerimônia de diplomação da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin, programada para acontecer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Durante uma conversa gravada com o general Mario Fernandes, que foi preso e indiciado na semana passada, Cid expressa sua preocupação com o tempo escasso disponível para agir: "Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. Mas ele tem essa personalidade às vezes, né? Ele espera, espera, pra ver até onde vai. E o tempo está curto, não dá para esperar muito mais, terá que ser antes do dia 12".
Os áudios revelam também a pressão exercida por Fernandes em busca de ações assertivas do governo e do gabinete presidencial para apoio a grupos que estavam mobilizados. Em uma das gravações, ele afirma: "E Cid, o segundo ponto é o seguinte, estou tentando agir diretamente junto às forças, mas, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar. A gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG. E hoje chegou para a gente que parece que existe um mandado de busca e apreensão do TSE, não, do Supremo, em relação aos caminhões que estão lá".
A PF identificou que as mensagens trocadas no início de dezembro de 2022 demonstravam uma articulação clara e explícita de Mario Fernandes em busca de ações antidemocráticas. A investigação aponta que o general procurava suporte ativo do ex-presidente e seu círculo íntimo para a execução dos planos.
Ambos, Mauro Cid e Mario Fernandes, enfrentam indiciamentos por crimes graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As defesas dos dois ainda não se manifestaram sobre os áudios ou as acusações que pesam sobre eles.
Esse desdobramento não só acende um alerta sobre a saúde da democracia no Brasil, mas também deixa no ar a pergunta: até onde o extremismo poderá chegar? A sociedade brasileira aguarda ansiosamente mais esclarecimentos sobre essas investigações que têm o potencial de mudar o rumo político do país.