Saúde

Medicamentos Inovadores Prometem Revolucionar o Tratamento da Doença de Alzheimer

2025-01-09

Autor: Matheus

Os avanços significativos na medicina estão abrindo portas para o desenvolvimento de medicamentos inovadores que podem não apenas prevenir, mas também mitigar os impactos devastadores da doença de Alzheimer. Especialistas afirmam que estamos entrando em uma "nova era" na luta contra a demência, uma condição que aterroriza milhões ao redor do mundo.

Globalmente, mais de 50 milhões de pessoas convivem com demência, e cerca de 10 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente. Em Portugal, são aproximadamente 200 mil pessoas afetadas, com o Alzheimer representando entre 60% e 70% desses casos, conforme dados do Campus Neurológico.

A Alzheimer Portugal descreve a doença como uma condição cerebral progressiva que resulta na degeneração e perda gradual das funções cerebrais, levando à perda total da autonomia. Somente o câncer e os acidentes vasculares cerebrais (AVC) superam a demência na lista das doenças mais temidas pela população.

Em declarações ao jornal britânico The Guardian, Jeff Cummings, professor de ciência do cérebro na Universidade de Nevada, enfatiza que os recentes avanços científicos estão prestes a tornar medicamentos acessíveis em todas as regiões do mundo, mesmo em áreas com poucos recursos. "Estamos realmente em uma nova era. Abrimos a porta para entender e manipular a biologia da doença Alzheimer para beneficiar nossos pacientes", afirma Cummings.

Atualmente, dois fármacos, Lecanemab e Donanemab, já têm o potencial de alterar o curso da doença em seus estágios iniciais, tendo sido autorizados por órgãos reguladores nos EUA e no Reino Unido. A Agência Europeia de Medicamentos também já aprovou o Lecanemab para pacientes em fase precoce, após a evidência de que ele pode atrasar o avanço da doença, apesar de preocupações iniciais sobre efeitos colaterais como inchaço cerebral e hemorragias, além do custo elevado do tratamento. Por enquanto, nenhum desses medicamentos foi aprovado em Portugal.

Os dados sobre eficácia trazem novas esperanças. Pesquisadores estão testando até 127 medicamentos diferentes para combater os efeitos do Alzheimer. Um estudo recente sugere que esses novos tratamentos poderiam ser administrados via injeção subcutânea, em oposição aos tratamentos aprovados que requerem diagnóstico complexo e administração intravenosa, uma barreira especialmente para populações mais carentes.

Em um avanço significativo, a FDA anunciou que o diagnóstico de Alzheimer pode ser realizado com um simples exame de sangue, facilitando a participação em ensaios clínicos. Isso pode mudar radicalmente o acesso ao diagnóstico e tratamento da doença, permitindo que mais pacientes recebam atenção especializada de forma mais rápida e eficaz.

Durante um evento da Alzheimer's Disease International, Cummings expressou o desejo de desenvolver medicamentos orais que possam ser tomados uma vez por dia, oferecendo comodidade e aumentando a adesão ao tratamento. Formas de comprimidos de semaglutida estão sendo testadas e espera-se que os resultados sejam revelados ainda este ano. O professor responsável pelas pesquisas acredita que esse medicamento pode reduzir a inflamação, um aspecto crítico da doença.

Apesar do progresso, os especialistas ainda consideram a cura um desafio complexo. No entanto, acreditam que até 40% dos casos de Alzheimer poderiam ser prevenidos com a adoção de comportamentos saudáveis, combatendo fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool e poluição.

O número de indivíduos que enfrenta o desafio da perda de memória continua aumentando a cada dia, e esses medicamentos inovadores podem representar uma luz no fim do túnel para muitos que buscam uma vida mais saudável e autônoma.