Saúde

Médico de clínica de luxo, condenado por abusos sexuais, solicita progressão para regime semiaberto

2024-11-29

Autor: Matheus

São Paulo — A defesa do médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, que cumpre pena de mais de 26 anos de prisão por abusos sexuais a pacientes, entrou com um pedido de progressão para o regime semiaberto. O caso tem gerado grande repercussão na mídia e nas redes sociais, levantando questões sobre a justiça e a segurança das mulheres.

Abib está encarcerado desde dezembro de 2020, após ser acusado de ter cometido abusos em 15 ocasiões contra uma única paciente, além de responder a denúncias de abusos sexuais contra outras oito mulheres. As autoridades e ativistas levantam a voz contra a possibilidade de que ele cumpra parte de sua pena em liberdade.

Em documento protocolado em 21 de novembro, os advogados de Abib argumentam que ele preencheu todos os requisitos legais para a progressão de pena e que uma avaliação criminológica indicou seu 'ótimo comportamento carcerário'. Contudo, o Ministério Público paulista (MPSP) se manifestou contrariamente à solicitação, lembrando que 'se os encarcerados têm direitos, a sociedade também os possui'. Essa declaração tem gerado debates acalorados sobre a ética de conceder benefícios a condenados por crimes graves.

Durante o processo, Abib Maldaun Neto admitiu em tribunal que estimulou o clitóris de pacientes durante exames clínicos em seu consultório localizado em uma área nobre de São Paulo, os Jardins. Embora negue os abusos, ele atribui as alterações físicas observadas em algumas pacientes ao uso de testosterona e outros estimulantes naturais comuns em práticas de sua área.

Esta não é a primeira vez que Abib se vê envolvido em escândalos. Em julho de 2020, ele já tinha sido condenado em um caso anterior de abuso sexual, o que complicou ainda mais sua situação atual. Conhecido por atender celebridades e políticos influentes, o médico agora enfrenta a severa condenação pública e o clamor por justiça para suas vítimas.

O caso de Abib não só expõe a fragilidade do sistema de saúde em relação à proteção das pacientes, especialmente em clínicas de prestígio, mas também gera discussões sobre a impunidade e a responsabilização de profissionais da saúde por atos criminosos. À medida que o processo se desenrola, muitas pessoas questionam: será que a justiça prevalecerá ou os privilegiados encontrarão uma saída?