Um médico neurologista, de 49 anos, foi preso sob suspeita de abuso sexual durante uma consulta em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, na última quinta-feira (10 de outubro). O crime, segundo informações da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), ocorreu enquanto o médico realizava uma consulta para apresentar os resultados de exames do sobrinho da vítima, de 25 anos.

De acordo com o relato da vítima, ela visitou o consultório no dia 13 de setembro, acompanhada pela sogra e pelo sobrinho, para investigar um possível Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) na criança. Durante a primeira consulta, o médico a atendeu de maneira "seca" e solicitou a realização de alguns exames.

No dia da ocorrência, a mulher voltou ao consultório com o sobrinho e o marido para a consulta de retorno. Após uma espera de mais de duas horas, onde outros pacientes foram atendidos antes dela, a atendente informou que os resultados poderiam ser discutidos sem a presença do paciente. Assim, seu marido e o sobrinho foram embora para não perder outra consulta, deixando-a sozinha.

Quando o médico a chamou, ele fez uma declaração sugestiva indicando que a consulta poderia ser apenas entre eles, afirmando: "Hoje seu sobrinho não veio, então podemos conversar sozinhos". A mulher, achando que o médico tinha alguma informação relevante a compartilhar sobre os exames, concordou em ficar.

No entanto, a situação logo se tornaria desconfortável. O médico começou a fazer perguntas pessoais, indagando sobre seu estado civil e se ela desejava ter filhos. Quando a mulher comentou sobre suas dificuldades em engravidar, o médico se posicionou como um especialista que poderia ajudar, apesar de ser neurologista, e pediu que ela se levantasse para 'verificar sua postura'.

Foi nesse momento que o médico, supostamente, cometeu o ato de abuso, tocando nas nádegas, fazendo comentários inapropriados sobre seu corpo, levantando seu vestido e tocando seus seios. A vítima conseguiu se soltar e disse que precisava encontrar seu marido, momento em que o médico ainda fez um comentário ofensivo pedindo que ela arrumasse o vestido antes de sair, para "não causar má impressão". Imediatamente, ela saiu e acionou a Polícia Militar.

Com a chegada da PM, o médico tentou negar as acusações, afirmando que não havia tocado na paciente e que a conversa girou em torno de sua ansiedade e uso de medicamentos. Contudo, após questionamentos adicionais, ele alterou seu relato, afirmando que apenas teria tocado seus ombros. Diante das evidências e do depoimento da vítima, o médico foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

A clínica onde o incidente ocorreu não se pronunciou sobre o caso. A PCMG, por sua vez, está seguindo com a investigação e promete esclarecer todos os detalhes envolvendo este grave crime e os direitos das vítimas em casos de abuso sexual.