Saúde

Médico Envolvido em Morte Durante Hidrolipo Acumula 22 Processos: 'Um Pesadelo'

2024-11-28

Autor: Maria

O advogado do caso informa que todos os 22 processos contra o médico Josias Caetano dos Santos estão sendo analisados pela Justiça de São Paulo. As denunciantes estão na fase de perícia judicial, e as audiências, agendadas para 2025, ocorrerão no Instituto de Medicina Social e de Criminologia, visando comprovar os danos causados pelos procedimentos.

Uma das vítimas, Sônia Maria Costa, de 63 anos, relatou que perdeu os mamilos após uma cirurgia de redução de mama realizada pelo mesmo médico. Ela buscou Josias em 2020, após ser recomendada por uma ONG, e desembolsou aproximadamente R$ 8 mil pelo procedimento. "Meus mamilos necrosaram, e ele fez duas cirurgias adicionais, mas não me alertou sobre esses riscos. Acredito que ele não deu o suporte necessário. Meus seios ficaram desiguais, causando-me grande trauma", explicou Sônia.

Ela desabafou que o médico a fazia sentir culpada pela situação, afirmando que o problema era devido a erros dela. "Eu só fui entender a gravidade da situação após assistir uma entrevista de outra vítima na televisão. Então, busquei apoio online e encontrei várias mulheres com histórias similares", disse Sônia, revelando que já processou o médico e que sua perícia está marcada para abril do próximo ano.

A defesa de Josias afirmou que ele nunca foi condenado por erros médicos. O advogado Lairon Joe ressaltou: "Todos têm o direito de buscar a Justiça e o doutor nunca foi condenado por falhas durante cirurgias plásticas. Na nossa perspectiva, erro médico ocorre apenas em circunstâncias específicas".

Enquanto isso, um caso mais grave está em investigação: Paloma Lopes Alves, 31 anos, morreu após passar mal durante uma hidrolipo em uma clínica em São Paulo. A polícia trata a morte como suspeita, já que Paloma sofreu uma parada cardiorrespiratória minutos após o procedimento.

Josias afirmou ter realizado massagem cardíaca e intubado Paloma enquanto aguardava o socorro do Samu. Ele alegou que ela estava com falta de ar intensa e piorou rapidamente. O boletim de ocorrência indicou embolia pulmonar como a provável causa da morte, e a polícia aguarda o laudo do IML.

O esposo de Paloma, Everton Reigota, estava na recepção da clínica e não foi informado sobre a emergência. Ele criticou a lentidão no atendimento e questionou as condições precárias do local. "A clínica era luxuosa, mas não tinha os equipamentos necessários. Eles demoraram muito para ajudar a Paloma", afirmou Everton, que contestou a versão da clínica de que Paloma saiu com vida. "Ela foi reanimada apenas no Samu. A clínica não tinha suporte algum para emergências", declarou.

Investigação revela que a clínica Maná Day, onde Paloma foi atendida, não possuía licença sanitária para realizar procedimentos invasivos. A Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Prefeitura autuou o local por operação irregular.

Paloma havia pago R$ 10 mil pelo procedimento, atraída pela divulgação nas redes sociais do médico Josias. Embora a hidrolipo seja considerada uma alternativa menos invasiva em comparação à lipoaspiração, a ausência de licenciamento adequado da clínica levanta sérias preocupações sobre a segurança e o profissionalismo dos serviços prestados.

A defesa de Josias disse que ele apresentou um termo de consentimento que menciona os riscos da cirurgia, incluindo embolia pulmonar. No entanto, a realidade das vítimas, como Sônia e Paloma, evidencia a necessidade de um sistema de saúde mais rigoroso na regulamentação de procedimentos estéticos e a urgência de medidas preventivas para garantir a segurança dos pacientes.

O médico Josias Caetano prestou depoimento e assegurou que Paloma estava em excelentes condições de saúde antes do procedimento. O marido da paciente, Everton, também será ouvido como testemunha, conforme as investigações prosseguem.