Meloni ameaça barrar acordo UE-Mercosul sem exigências atendidas!
2024-12-17
Autor: Julia
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, do partido Irmãos da Itália, deixou claro em uma recente declaração no Parlamento, na terça-feira (17 de dezembro de 2024), que a Itália não dará apoio ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul a menos que mudanças significativas sejam realizadas nos termos do tratado. Isso representa um ponto crucial nas negociações que impactam não apenas a Itália, mas toda a Europa.
"O acordo UE-Mercosul precisa garantir vantagens reais e oportunidades de crescimento para os agricultores europeus, que têm enfrentado desafios de rentabilidade e competitividade nos últimos anos. Sem um reequilíbrio nas condições, a Itália não estará a bordo", destacou Meloni, enfatizando a preocupação com a agricultura local que é vital para a economia italiana.
O acordo, que foi divulgado na Cúpula do Mercosul em 6 de dezembro, estipula que a UE eliminará tarifas que incidem sobre 92% das importações do bloco sul-americano ao longo de até 10 anos. Porém, para que o acordo entre em vigor, ele precisa passar por processos de aprovação que são complexos e desafiadores.
IMPASSE NO CONSELHO EUROPEU
Um dos principais obstáculos que o acordo enfrenta é sua aprovação no Conselho Europeu, que é composto por representantes dos 27 países da UE. É necessário que 15 países, que juntos representem 65% da população da União Europeia, aprovem a proposta. Contudo, se quatro países, que representam 35% da população, decidirem votar contra, isso pode bloquear o acordo. A França, Polônia, Hungria e Áustria são os principais opositores, e a entrada da Itália na oposição poderia selar o destino do acordo.
ITÁLIA E A PRESSÃO AGRÍCOLA
Embora Meloni tenha expressado resistência, fontes indicam que a Itália pode não votar contra o acordo. Segundo informações do portal Politico, as declarações de Meloni servem para acalmar os ânimos do lobby agrícola italiano. O governo estaria disposto a considerar a possibilidade de apoio à proposta com algumas condições atendidas, incluindo um fundo de compensação para os fazendeiros e um controle sanitário mais rigoroso das importações do Mercosul.
A questão do acordo UE-Mercosul está marcada por tensões políticas não só na Itália, mas em toda a Europa, onde o impacto nas economias locais e na segurança alimentar continua a ser um tópico debatido intensamente. A expectativa agora é se as negociações poderão seguir em frente ou se uma nova rodada de impasses irá adiar ainda mais a implementação do acordo.