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Mês começa sob incerteza do dólar a R$ 6 e expectativa com reunião do Copom

2024-12-02

Autor: Pedro

O que esperar da semana

O mês começa cheio de incertezas, especialmente em relação à cotação do dólar, que se encontra na casa dos R$ 6. Segundo André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online, "é difícil fazer previsões sobre o câmbio devido à instabilidade no cenário econômico".

As especialistas concordam que a moeda americana deve continuar elevada, o que gera preocupação. Juliana Inhaz, professora de macroeconomia e coordenadora da graduação em Economia no Insper, comenta que "o dólar deve continuar elevado, com possibilidade de novas altas, especialmente até a votação do pacote de ajuste fiscal, que ainda está por vir".

Além disso, espera-se que as decisões do Copom, cuja reunião está prevista para os dias 10 e 11 de dezembro, possam impactar o real a longo prazo. Inhaz afirma que um aumento significativo da taxa de juros na próxima reunião pode valorizar a moeda brasileira, embora o mercado ainda digira as propostas do pacote de ajuste fiscal com cautela.

A desvalorização do real pode persistir devido a fatores externos, incluindo a amenaza de Donald Trump de aumentar tarifas sobre países do Brics. "A instabilidade global pode pressionar ainda mais as moedas dos países em desenvolvimento", alerta Inhaz.

O anúncio do pacote de ajuste fiscal gerou uma reação negativa no mercado, que viu nele falta de propostas robustas para restaurar o equilíbrio fiscal do Brasil. A leitura do mercado é de que o pacote, apresentado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, foi insuficiente, levando à preocupação com o aumento da inflação e possíveis elevações na taxa de juros.

Analistas consideram o pacote "paliativo" e afirmam que ele não apresenta mudanças estruturais suficientes para conter o crescimento da dívida pública. A proposta de reforma do Imposto de Renda também não agradou o mercado, que interpretou a medida como uma demonstração de fragilidade da gestão econômica do governo.

Recentemente, o dólar chegou a ser cotado a R$ 6,11, mas registrou uma queda após declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ressaltou a importância de cortes de gastos, mesmo que não sejam populares. Arthur Lira, presidente da Câmara, reiterou o compromisso do Congresso com ajustes fiscais rápidos.

Analisando o cenário internacional, a perspectiva de uma política econômica protecionista do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também deve ser levada em conta. Trump prometeu aumentar tarifas sobre produtos de países como México e Canadá, o que pode impactar globalmente os mercados emergentes, incluindo o Brasil.

O Banco Central brasileiro pode ser chamado a intervir no câmbio através de leilões de dólares para minimizar a desvalorização do real, mas analistas consideram que isso pode ser mais uma maneira de "enxugar gelo" se não houver uma resposta clara do governo em relação ao ajuste fiscal. Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, já sinalizou que a intervenção só ocorrerá em caso de disfunções no mercado.

Em meio a tanta indefinição, a população deve estar atenta às futuras movimentações econômicas que podem impactar diretamente suas finanças e o cenário de preços no Brasil. O que vem a seguir garantirá tensão e grandes expectativas no mundo econômico.