Mianmar, país que enfrenta uma das crises mais severas da sua história, foi devastado por um terremoto de magnitude 7,7 na última sexta-feira (28). Isolado e em ruínas, o país vive sob um regime militar desde 2021 e foi colônia britânica por mais de um século.

Situado no Sudeste Asiático, Mianmar faz fronteira com Bangladesh, Índia, China, Laos e Tailândia. Com uma área de aproximadamente 676.578 km², é o maior país do Sudeste Asiático continental. O que muitos não sabem é que, com cerca de 54 milhões de habitantes, 40% da população vive abaixo da linha da pobreza, refletindo uma grave crise econômica e humanitária.

O terremoto recente causou estragos inimagináveis. De acordo com a mídia estatal, múltiplas pontes colapsaram e edifícios foram destruídos em pelo menos cinco cidades. A estimativa do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) indica que o número de mortos pode ultrapassar 10 mil, uma tragédia que se soma à lista de sofrimentos enfrentados pela população.

A Capital e a Estrutura Governamental

A capital de Mianmar, Naypyidaw, foi criada em 2005 para substituir Yangon, a maior cidade e centro econômico do país, conhecida também como "cidade fantasma" devido ao seu baixo número de habitantes.

Desde o golpe militar de 2021, a junta liderada pelo General Min Aung Hlaing tomou o poder, interrompendo um período de democracia que começou em 2015 com a vitória da Liga Nacional pela Democracia (NLD), liderada por Aung San Suu Kyi. A situação política continua a ser tensa, com muitos enfrentando repressões severas e um número crescente de conflitos no país.

Cenário Econômico e Recursos

A economia de Mianmar é essencialmente agrícola, com o arroz sendo a principal cultura. Além do arroz, o milho, a cana-de-açúcar e o algodão também são pilares econômicos. Esta dependência da agricultura torna a população ainda mais vulnerável a desastres naturais como o recente terremoto, evidenciando a necessidade urgente de diversificação econômica.

Demografia e Sociocultural

A população de Mianmar é predominantemente birmanesa, representando cerca de 70% do total, mas muitas etnias, como os Shan e os Karen, também habitam a região. Essa diversidade étnica é um ponto de tensão, principalmente sob o regime militar, que muitas vezes reprime as vozes dessas minorias.

Embora o nome oficial do país seja Mianmar, muitos ainda se referem a ele como Birmânia. Esta mudança de nome, oficializada em 1989, visava afastar o país de seu passado colonial e reconhecer sua diversidade étnica.

Um Futuro Incerto

Hoje, Mianmar enfrenta uma encruzilhada. Com as vidas e lares destruídos, muitos se perguntam como o país poderá se reerguer desta tragédia. A combinação do terremoto com a crise política e a pobreza extrema coloca em jogo o futuro de milhões de pessoas. Em meio ao desespero, a resiliência do povo birmanês pode ser a chave para a sobrevivência e a reconstrução.

ATENÇÃO: Fotógrafos e repórteres estão registrando a devastação no país. Veja as imagens da catástrofe que abalaram Mianmar e o mundo!