Milei, Bolsonaro e Trump: o que esperar da poderosa conferência da direita em Buenos Aires
2024-12-04
Autor: Fernanda
Nesta quarta-feira (4), acontece em Buenos Aires, Argentina, mais uma edição da CPAC (Conservative Political Action Conference – Conferência de Ação Política Conservadora), reunindo alguns dos principais líderes da direita e da extrema-direita mundial.
O anfitrião deste ano é o presidente argentino Javier Milei, uma figura que emergiu rapidamente como um importante nome no cenário político conservador e que tem atraído uma base crescente de admiradores. Em julho, ele já havia participado da CPAC no Brasil, em Santa Catarina, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Desta vez, Milei não só é o anfitrião, como terá a presença do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que promete ser uma das principais atrações do evento. As expectativas são altas, especialmente após a recente reunião entre Milei e Trump, que sinalizam uma aliança sólida entre os dois líderes.
Bolsonaro faz discurso por videoconferência
Devido a complicações legais em seu país, o ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá viajar à Argentina, já que seu passaporte foi suspenso pela Justiça brasileira. No entanto, ele confirmou sua participação na conferência através de videoconferência. Espera-se que seu discurso aconteça após a fala de Lara Trump, nora de Donald Trump e uma das estrelas em ascensão do Partido Republicano.
Além de Bolsonaro, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, também estará presente e deverá discursar. O encontro ainda contará com a participação do polêmico estrategista Steve Bannon, conhecido por suas conexões com a extrema-direita, e do comentarista político Ben Shapiro.
Reunião de líderes conservadores
Entre os convidados estão figuras proeminentes da direita de várias partes da América Latina, incluindo o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, o líder da extrema-direita na Espanha, Santiago Abascal, e Eduardo Velástegui, um importante representante do conservadorismo no México. Políticos conservadores de países como Uruguai, Chile, Peru e Bolívia também estão confirmados.
O tema central: liberdade e soberania
O tema desta edição da CPAC é “Defendendo a liberdade, a soberania nacional e valores tradicionais no futuro da América Latina”. Especialistas apontam que esta conferência será um importante palanque político para Javier Milei, que busca emergir como um líder conservador de referência na região. Sua associação com Trump pode alavancar sua imagem e fortalecer sua posição na política internacional.
Recentemente, na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, Milei teve um momento simbólico durante um apertar de mãos com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da formalidade do gesto, a interação entre eles foi mínima, refletindo a ausência de diálogo entre os dois líderes políticos com visões tão divergentes.
Milei, um fiel aliado de Bolsonaro, não hesitou em criticá-lo publicamente, rotulando Lula de "corrupto" e "comunista", acentuando assim, as diferenças entre o radicalismo da direita e o progressismo encabeçado por Lula.
A história da CPAC
A CPAC, fundada em 1974 nos Estados Unidos, teve como objetivo inicial defender a Constituição americana durante um período de grande polarização política. Ao longo de suas cinco décadas de existência, o evento já contou com a presença de renomadas figuras políticas, incluindo presidentes da magnitude de Ronald Reagan e George W. Bush. Em 2019, a CPAC fez sua primeira aparição no Brasil, liderada pelo próprio Eduardo Bolsonaro durante o governo de Jair Bolsonaro.
Com todos esses elementos em consideração, a expectativa para a CPAC em Buenos Aires é a de que terá um forte impacto nas agendas políticas conservadoras na América Latina e consolidará laços entre os líderes da direita global.