Saúde

Milei cobra saúde e educação de estrangeiros: O que isso significa?

2024-12-04

Autor: Pedro

O governo da Argentina anunciou uma reviravolta nas políticas migratórias, estabelecendo que estrangeiros sem residência no país terão que pagar por serviços de saúde em hospitais públicos e taxas em universidades. O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, destacou a mudança em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (3).

A proposta de reformulação da lei de imigração da Argentina, que há mais de 20 anos concede acesso gratuito a serviços públicos de saúde e educação, visa promover um país que proteja seus cidadãos. No entanto, permanecem dúvidas se imigrantes com residência provisória também serão afetados.

Um exemplo citado pelo governo é o estado de Salta, que conseguiu reduzir em 95% a atenção médica a estrangeiros sem residência, com isso economizando 60 milhões de pesos. O governo afirma que essa decisão é para proteger os cidadãos argentinos e que "oportunistas devem ficar do outro lado da fronteira".

Além das implicações em saúde, as novas diretrizes podem trazer desafios adicionais para mulheres estrangeiras que buscam interrupção da gravidez. Embora o aborto seja legal na Argentina desde janeiro de 2021, com clínicas como a Musa em Rosário atendendo centenas de mulheres, as mudanças podem limitar o acesso a cuidados de saúde necessários.

A ideia de cobrar taxas de estudantes estrangeiros sem residência, citada por Adorni, se justifica com o fato de que um em cada três estudantes de medicina atualmente é de outro país. Estudos mostram que a Argentina atrai estudantes, especialmente do Brasil, que representam aproximadamente 20 mil dos 46 milhões de habitantes, devido à facilidade no processo de residência permanente. A grande maioria desses estudantes se dedica à medicina, atraídos por cursos de qualidade e a isenção do vestibular tradicional brasileiro.

Recentemente, o governo de Milei começou a rever as condições de entrada de estrangeiros, com alguns passageiros barrados em aeroportos, levantando questionamentos sobre a intenção real da administração. As reformas em discussão também incluem a criação de uma lista de delitos que pode resultar na expulsão de estrangeiros considerados problemáticos, algo que pode acentuar a tensão entre o governo e comunidades migrantes.

O que muitos se perguntam é: esta mudança apenas reflete um movimento para desincentivar a imigração ou está relacionada a uma abordagem mais ampla sobre segurança e a justiça social na Argentina? Fique ligado, pois os desdobramentos dessa política podem impactar não apenas os imigrantes, mas toda a estrutura social do país!