O presidente argentino, Javier Milei, foi o destaque de um evento realizado no último sábado (14) em Roma, promovido pelo partido da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Durante sua participação, Milei convocou a partir do palco uma "revolução" da direita global.

Recentemente naturalizado cidadão italiano, o líder ultraliberal se inspirou na Roma Antiga e fez referência até mesmo ao líder comunista Lenin, afirmando que "mesmo ele, sendo de esquerda, compreendia que sem teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário".

"Precisamos impulsionar um internacionalismo de direita. Estamos vivendo uma mudança de época. O vírus 'woke' está retrocedendo, e uma nova política precisa surgir. Precisamos nos unir e estabelecer redes de cooperação em todo o mundo", disse Milei durante o evento "Atreju", tradicionalmente organizado pela juventude do partido Irmãos da Itália (FdI).

O nome do evento é uma referência a Atreiu, o herói do famoso livro "A História Sem Fim", de Michael Ende. Milei comparou a luta da direita à formação de uma legião romana, enfatizando que "ninguém deve romper a formação". O presidente argentino foi ovacionado pelo público, que gritava palavras de ordem como "liberdade".

Ele destacou que as soluções políticas tradicionais falharam e que suas propostas não são convencionais, mas têm mostrado resultados, destacando seu sucesso em manter um superávit fiscal, mesmo em um cenário onde a pobreza no país atinge mais da metade da população.

Giorgia Meloni, ao introduzir Milei, enfatizou a importância de sua liderança, chamando-a de "uma verdadeira revolução cultural em uma nação irmã da Itália". Ela reforçou a visão compartilhada de que o trabalho é o único remédio eficaz contra a pobreza.

Esta é a terceira visita de Milei à Itália em 2024. Ele também se encontrou com Meloni na Casa Rosada, em Buenos Aires, após a cúpula do G20 realizada no Rio de Janeiro em novembro do ano passado. A aproximação entre Milei e Meloni sinaliza uma aliança estratégica e ideológica crescente entre seus governos, enquanto ambos buscam promover suas agendas ultraconservadoras. Está claro que 2024 será um ano de intenso movimento político na América Latina e na Europa, marcando a ascensão de novas forças de direita.