Tecnologia

Milei planeja a revolução nuclear na Argentina: como isso pode mudar tudo!

2024-12-21

Autor: João

Anúncio de Javier Milei sobre energia nuclear

Na última sexta-feira (20), o presidente da Argentina, Javier Milei, surpreendeu a todos ao anunciar planos para a instalação de reatores nucleares, visando abastecer servidores de Inteligência Artificial (IA). Essa proposta, embora ambiciosa, foi considerada "contraditória" por diversos especialistas no setor.

A importância da energia nuclear segundo Milei

Durante um vídeo transmitido, Milei enfatizou que "a energia nuclear é a única fonte suficientemente eficiente, abundante e facilmente escalável para enfrentar o desenvolvimento de nossa civilização". Ele destacou que a geração atual de energia no país não será suficiente para atender à crescente demanda gerada pelas novas tecnologias de IA, levando a um potencial renascimento da energia nuclear em todo o mundo.

Colaboração e primeiros passos

Milei detalhou que, junto a seu assessor Demian Reidel e Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o governo está convencido da necessidade de transformar o cenário energético da Argentina. O primeiro passo da iniciativa será a "construção de um reator SMR (reator modular pequeno) na usina nuclear Atucha", apesar de essa tecnologia ainda estar em desenvolvimento.

Características dos reatores SMR

Os reatores SMR são conhecidos por serem menores e mais flexíveis do que os tradicionais, permitindo uma mobilidade maior. Notavelmente, a Rússia já deu passos significativos ao inaugurar em 2020 a primeira central nuclear com dois SMRs, enquanto diversos projetos similares estão em andamento na Argentina, Canadá, China, Coreia do Sul e Estados Unidos, aguardando licenças para instalação.

Situação atual da energia nuclear na Argentina

Atualmente, a Argentina opera três centrais nucleares: Atucha I, Atucha II e Embalse, que em julho deste ano forneciam 9% da energia consumida no país. Rafael Grossi assinalou o anúncio como "promissor", ressaltando que a energia nuclear tem sido uma ferramenta de sucesso para a Argentina nos últimos 70 anos.

Críticas ao plano de Milei

No entanto, nem todos veem o projeto com bons olhos. Adriana Serquis, ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA), criticou Milei por estar ignorando o projeto CAREM, um reator modular que está em fase avançada de desenvolvimento e é considerado um dos mais promissores do mundo. Segundo ela, a operação do CAREM está prevista para começar em 2028, mas a implementação vem enfrentando atrasos significativos desde a posse de Milei, com o ex-secretário de Planejamento e Políticas do Ministério da Ciência, Diego Hurtado, relatando uma desaceleração alarmante dos trabalhos.

Impacto das medidas econômicas de Milei

Além disso, como parte de seu plano "motosserra" para equilibrar o orçamento, Milei tem tomado medidas drásticas que incluem a eliminação de mais de 30 mil postos de trabalho no setor público e um significativo corte de investimentos em ciência e tecnologia. Essa abordagem gera preocupações acerca do futuro da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico no país.

Reflexões sobre o futuro da energia nuclear na Argentina

Com salários em queda e o futuro da ciência no limbo, muitos argentinos se perguntam: a revolução nuclear realmente será a solução para os problemas econômicos da Argentina ou será apenas mais uma promessa vazia? A resposta a essa pergunta poderá definir o futuro energético e a estratégia de desenvolvimento do país.