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Militares de Israel ficarão na Faixa de Gaza por anos, alerta ministro da Agricultura

2024-11-29

Autor: Matheus

Recentemente, o ministro da Agricultura de Israel, Avi Dichter, fez declarações alarmantes sobre a permanência das Forças Armadas israelenses na Faixa de Gaza. Segundo ele, a situação que se assemelha à da Cisjordânia poderá ser a nova realidade por muitos anos. Dichter afirmou que a presença militar israelense é necessária para garantir a segurança e a ordem no local, destacando a importância tática do Corredor Netzarim, uma faixa estratégica de 6,4 km que divide Gaza.

Dichter também enfatizou que o Hamas ainda mantém capacidades militares significativas, pois as forças israelenses não conseguiram controlar todos os cantos de Gaza. Ele lembrou que o conflito vai além de uma mera guerra convencional, caracterizando o Hamas como uma ideologia profundamente enraizada na população. O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército, corroborou a ideia de que desmantelar o Hamas é uma tarefa complexa e multitarefa, considerando suas bases ideológicas.

A entrega de ajuda humanitária continua sendo um grande desafio em Gaza. O ministro mencionou que Israel está considerando a contratação de empresas privadas para garantir a segurança dos comboios de ajuda e que as forças armadas poderiam assumir essa função. As condições nos diferentes setores de Gaza exigem soluções personalizadas, visto que o caos gerado por saques violentos está se tornando um obstáculo significativo para os esforços de ajuda. Moradores locais relataram que grupos criminosos operam livremente, sem intervenção militar, dificultando a distribuição de suprimentos.

No campo militar, o Exército de Israel tem expandido sua estrutura em Gaza, construindo novas bases e infraestruturas. Reservistas descreveram a ampliação da presença militar na região, com várias demolições de casas e construções de sofisticadas linhas de defesa. De acordo com o relatório do Washington Post, a criação de uma “zona de segurança” de aproximadamente 450 metros ao longo das principais rotas tem sido um foco importantíssimo da operação militar. Especialistas alertam que essa nova configuração pode dificultar futuras negociações de paz.

As recentes tensões entre Israel e o Hezbollah seguem alimentando ainda mais os temores de uma escalada regional. Na última sexta-feira, Israel lançou ataques diretos ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, elevando o nível de alerta em toda a região.

Com cada movimento, o futuro da Faixa de Gaza torna-se mais incerto, e a possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas vai se tornando cada vez mais remota. À medida que a situação humanitária se agrava, as esperanças de um retorno à paz se dissipam, e as implicações do que está por vir podem reverberar por gerações.