Negócios

Mineradora australiana desafia monopólio dos Moreira Salles em Minas Gerais!

2025-01-13

Autor: Julia

Introdução

Na pitoresca cidade de Araxá, famosa por suas águas termais e queijos deliciosos, uma nova batalha está sendo travada no setor mineral. A mineradora australiana St. George chega com a ambição de contestar o monopólio dos Moreira Salles na extração de nióbio, metal vital para a transição energética e que atualmente é dominado pela CBMM, empresa responsável por 80% da produção global.

A trajetória da St. George

Fundada há 14 anos, a St. George começou a sua jornada focando na exploração de lítio, níquel e cobre na Austrália. Contudo, após perceber a dificuldade em extrair esses metais, decidiu diversificar suas operações, mirando no nióbio, que é reconhecido pelas suas propriedades essenciais na indústria moderna.

Movimentações no mercado de ações

Em uma movimentação ousada, a St. George anunciou na terça-feira (7) um lançamento de ações na Bolsa de Sydney, visando captar 20 milhões de dólares australianos (aproximadamente R$ 76 milhões). Com planos de extrair 5.000 toneladas de nióbio a partir de 2027, a empresa não deverá nem mesmo raspar os 5% da produção anual da CBMM, que alcança a impressionante marca de 150 mil toneladas.

Desafios à hegemonia da CBMM

O diretor da St. George no Brasil, Thiago Amaral, ressalta que a chegada da mineradora representa uma verdadeira ameaça à hegemonia da CBMM, que domina o mercado há 60 anos. “O nióbio oferece um mercado mais estável ao longo do tempo, e sua demanda está em constante crescimento”, afirma Amaral.

Importância do nióbio na indústria moderna

Além disso, o governo dos Estados Unidos classifica o nióbio como o segundo metal mais crítico para a transição energética, uma vez que cerca de 90% das reservas conhecidas estão localizadas no Brasil. Araxá se transformou em um epicentro dessa riqueza mineral, onde a CBMM encontrou jazidas significativas desde a década de 1950.

Inovação tecnológica da CBMM

Outro ponto interessante a ser destacado é que a CBMM não apenas explora nióbio, mas também investe em inovações tecnológicas, incluindo a criação de baterias a partir do óxido de nióbio, uma inovação promissora para o setor de veículos elétricos. Enquanto isso, a St. George ainda não definiu qual linha de negócios seguirá, mas a tendência é que foque na fabricação de óxido, dada a crescente demanda pelo material.

Desafios enfrentados pela St. George

Contudo, a St. George se depara com desafios significativos. As reservas de nióbio que possui podem ter teores inferiores ao da CBMM, o que representa uma barreira inicial. Além disso, a proximidade de suas operações com a CBMM pode levar a possíveis complicações na cadeia de suprimentos, especialmente em caso de desastres naturais ou mudanças legislativas que possam impactar a produção na região.

A luta por espaço no mercado

Em um mercado tão competitivo, Amaral admite: “Entrar nesta briga com a CBMM é uma tarefa monumental, mas há nichos de mercado que não estão sendo completamente atendidos, e é aí que queremos entrar.”

Aquisições e planos futuros

A St. George está em vias de concluir um acordo para adquirir um projeto avaliado em US$ 21 milhões; um desafio considerável, já que no passado recente a mineradora teve dificuldades significativas para levantar os recursos necessários, captando apenas uma fração do que pretendia inicialmente.

Impacto no mercado global

O desfecho dessa disputa entre St. George e a CBMM poderá não apenas redesenhar o cenário do nióbio no Brasil, mas também impactar as dinâmicas do mercado global tendo em vista a crescente demanda por tecnologias sustentáveis.