O Ministério da Justiça anunciou neste domingo impressionantes 515 prisões e a apreensão de mais de R$ 520 mil em dinheiro vivo durante o primeiro turno das eleições deste ano. De acordo com dados fornecidos pela pasta, foram registrados 2.618 crimes eleitorais, destacando-se 1.057 casos de boca de urna, 423 relacionados à compra de votos e corrupção eleitoral, e 309 de propaganda irregular. Além disso, ocorreram 203 tentativas de violação do sigilo de voto e 64 casos de desobediência a ordens da Justiça Eleitoral.

As autoridades não só confiscaram grandes quantias em dinheiro, mas também 47 veículos que estavam sendo usados para o transporte ilegal de eleitores, além de 28 armas de fogo. Esses dados foram coletados pelo Ministério com apoio das secretarias estaduais de segurança pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança Pública atuando nos estados.

Um balanço final deverá ser divulgado nesta segunda-feira, mas já se sabe que as operações estão sendo monitoradas de perto no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), em Brasília, envolvendo 5.569 zonas eleitorais em 26 estados.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, enfatizou um recorde aterrador ao relatar que entre agosto e outubro de 2023, foram apreendidos R$ 21 milhões, superando as apreensões de pleitos anteriores - apenas R$ 5 milhões em 2022 e R$ 1 milhão em 2020.

Esse aumento alarmante também chamou a atenção da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, que se mostrou preocupada com a situação, declarando que é fundamental aprimorar a coleta de dados sobre irregularidades financeiras nas eleições.

A investigação da PF indica que parte das quantias apreendidas pode estar ligadas a esquemas de compra de votos. Um dos episódios mais significativos ocorreu em Castanhal, Pará, onde três homens foram detidos após sacarem R$ 4,98 milhões de um banco, sendo que dois deles são servidores públicos.

Além disso, outra apreensão notable aconteceu no Rio de Janeiro, onde cerca de R$ 1,8 milhão foi encontrado em veículos estacionados em um centro empresarial na Barra da Tijuca, ligados a investigações de corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Essa situação levanta questionamentos sobre a integridade do processo eleitoral no Brasil e reafirma a importância da vigilância e da intervenção das autoridades.