Ministro da Defesa afasta militares presos de representação das Forças Armadas; 'agiram como cidadãos'
2024-11-20
Autor: Gabriel
O ministro da Defesa, José Múcio, fez uma declaração impactante nesta quarta-feira (20), afirmando que os militares detidos em uma operação que investiga um suposto golpe de Estado em 2022 não representam as Forças Armadas do Brasil. Ele frisou que as ações dos envolvidos foram pessoais e não refletem a instituição militar.
De acordo com a Polícia Federal, o plano elaborado por essas pessoas incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
"Estes indivíduos estavam agindo como cidadãos comuns, não como representantes das nossas Forças Armadas. Cada um deles é responsável por suas ações. Desejo que as investigações sejam rigorosas e que a Justiça atue de forma justa", declarou o ministro ao chegara ao Itamaraty, onde participou de um jantar em homenagem ao presidente chinês Xi Jinping.
Responsabilidade pela apuração dos fatos está nas mãos do STF e da Polícia Federal, enfatizou Múcio. Ele expressou o desejo de que qualquer membro das Forças Armadas que seja culpado tenha que responder por seus atos, uma forma de proteger a honra da instituição.
A operação da Polícia Federal, que levou à prisão de um general da reserva e quatro oficiais, foi autorizada pelo ministro Moraes. Esse desdobramento ocorreu menos de uma semana após um atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes, fato que levantou dúvidas sobre a segurança e a estabilidade política do país.
A equipe da PF que liderou essa investigação descobriu que os cinco detidos, que trocavam mensagens em um aplicativo, estavam organizando atentados com o intuito de barrar a posse do presidente Lula, em uma clara ação golpista.
Ainda em análise das ocorrências, a PF investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já foi alvo de múltiplas falas consideradas golpistas durante seu mandato. A caça por evidências do seu envolvimento na trama que visava a desestabilização do governo eleito está em andamento.
Segundo especialistas em direito penal, a conduta dos detidos pode ser considerada um crime contra a democracia. No entanto, há discordâncias entre juristas, com alguns argumentando que as ações dos suspeitos podem ser vistas apenas como preparatórias, o que prejudicaria a imposição de penas severas.
Esta situação levanta questões urgentes sobre a lealdade e a ética dentro das Forças Armadas brasileiras em tempos de agitações políticas, bem como sobre a responsabilidade de figuras proeminentes em possíveis tentativas de subversão da ordem democrática.