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Ministros da Alemanha e França fazem história em visita à Síria: a batalha por uma transição inclusiva começou!

2025-01-04

Autor: Fernanda

Uma nova era para a Síria? Após a queda de Bashar al-Assad, a situação política e social do país passa por uma drástica transformação, e os ministros de relações exteriores da Alemanha e França, Jean-Noël Barrot e Annalena Baerbock, desembarcaram na Síria em uma visita histórica com o foco em assegurar um futuro pacífico e inclusivo para os sírios.

Durante a reunião no palácio presidencial com Ahmad al-Sharaa, líder do grupo Hayet Tahrir al-Sham (HTS), o governo francês e alemão reafirmaram seu compromisso em apoiar o povo sírio em sua diversidade. "Juntas, França e Alemanha estão ao lado do povo sírio, em toda a sua diversidade", afirmou Barrot em uma declaração poderosa nas redes sociais.

Os ministros destacaram a importância de uma transição pacífica, enfatizando que, mesmo com a desconfiança em relação ao HTS, eles apoiarão a inclusão de todos os sírios nas decisões que moldarão seu futuro. Baerbock enfatizou a necessidade de um novo começo político entre a Europa e a Síria, que poderá agir como um exemplo de como o diálogo pode levar à solução de crises profundas.

Os ministros também visitaram Sednaya, uma prisão notória que simboliza a repressão sangrenta de Assad, onde muitas pessoas perderam a vida em condições desumanas. Segundo a Associação de Presos e Desaparecidos da Prisão de Sednaya, mais de 4.000 prisioneiros foram libertados no dia em que os rebeldes tomaram Damasco, durante uma das ofensivas mais impactantes do conflito.

Em busca de unificação, Ahmad al-Sharaa se comprometeu a dissolver facções armadas, incluindo o HTS, e sugeriu a realização de um diálogo nacional que poderia levar até quatro anos para organizar eleições livres. Ele pediu o levantamento das sanções internacionais que foram impostas ao governo de Assad desde a repressão brutal em 2011, que resultou em uma guerra devastadora.

O HTS, que já foi vinculado à al-Qaeda, alega ter rompido com o jihadismo, mas, controversamente, permanece listado como uma organização terrorista por várias potências, incluindo os Estados Unidos. Essa questão levanta debates sobre a legitimidade de qualquer novo governo que surgir da atual crise.

Barrot também enfatizou a importância da inclusão dos curdos no processo político, ressaltando que a França planeja organizar uma conferência internacional em janeiro para apoiar a transição política na Síria. O objetivo é garantir que cada grupo envolvido na crise, particularmente os aliados curdos, tenha uma voz significativa nas discussões sobre o futuro do país.

Ao se comprometer a compartilhar a experiência da UE na criação de uma nova constituição, os ministros também destacaram que uma Síria segura não pode permitir a proliferação de armas de destruição em massa, especialmente as químicas, que permanecem como um legado sombrio do regime de Assad. A visita histórica dos líderes europeus à Síria marca um momento crucial que pode mudar o rumo do país e oferecer esperança ao seu povo.