
Monotrilho: Engenheiro Alerta para Riscos e Desafios Crônicos da Tecnologia no Brasil
2025-04-12
Autor: Fernanda
Um Novo Alerta sobre o Monotrilho de São Paulo
Na última sexta-feira, 11 de abril de 2025, o Diálogo do Transporte trouxe mais uma vez à tona os problemas crônicos do monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo. Uma falha elétrica entre as estações Vila Prudente e Oratório forçou o operador a manobrar o trem manualmente. Esta não é a primeira falha do sistema, lembrando um acidente em março de 2023, quando dois trens colidiram nas proximidades da estação Sapopemba.
A Voz da Experiência: Peter Alouche
Para compreender melhor a situação, consultamos Peter Alouche, um engenheiro com vasta experiência em transporte de passageiros. Segundo ele, o monotrilho apresenta questões sérias que vão além das falhas operacionais, incluindo preocupações com segurança, evacuação de passageiros, confiabilidade e custos elevados.
A Complexidade do Monotrilho em Debate
Em sua análise, Alouche destaca a complexidade intrínseca do monotrilho, que contrasta significativamente com outras soluções de transporte. "O monotrilho é uma tecnologia extremamente específica e limitada a cada fornecedor, aumentando a dependência e dificultando a manutenção", afirma ele. Essa especialização também acarreta desafios de segurança, especialmente em casos de emergência.
Segurança em Risco: O Que Dizer da Evacuação?
Alouche expressou sua preocupação com a segurança no monotrilho, afirmando que o sistema de tração e frenagem baseado em rodas de borracha aumenta os riscos de acidentes. "Em situações extremas, como em caso de pane, a evacuação torna-se um pesadelo. As passagens de emergência são estreitas e perigosas", alerta.
O Problema das Rodas de Borracha
Um dos pontos críticos levantados por Alouche é o uso de rodas de borracha, que não apenas contribuem para a poluição atmosférica, mas também aumentam os custos de operação e manutenção. "Essas rodas geram resíduos que poluem e ainda elevam o consumo de energia. O impacto ambiental é significativo, e a insegurança causada pelos pneus também é uma preocupação constante", ele complementa.
Confiabilidade em Xeque
A confiabilidade das operações é outro ponto fraco do monotrilho. "Observando a Linha 15, fica claro que a disponibilidade é frequentemente baixa. O histórico de paralisação da Linha 17 exemplifica isso", diz Alouche. De acordo com ele, problemas técnicos persistentes tornam a operação do monotrilho ainda mais insustentável.
Custos Altíssimos: Vale a Pena?
Quando o assunto é custo, a análise também não é favorável. Os gastos previstos para as linhas 15 e 17 quase dobraram, e o sistema ainda não está totalmente operacional. "Estima-se que o custo ultrapassa 250 milhões de dólares por quilômetro", destaca Alouche.
Um Futuro Incerto: O Que nos Aguardará?
Por fim, Alouche alerta que os problemas enfrentados pelas linhas de monotrilho em São Paulo levantam questões sérias sobre a viabilidade de tal tecnologia em comparação com alternativas mais promissoras. "Com os eventos graves relatados, a segurança dos passageiros está em jogo, e a continuidade do serviço é um desafio contínuo", conclui.
Esse panorama nos leva a refletir: será que o monotrilho realmente é a solução adequada para a mobilidade urbana ou devemos explorar alternativas mais seguras e eficientes?