A agência de classificação de riscos Moody’s decidiu revisar as notas de crédito de importantes empresas brasileiras, elevando a perspectiva da nota 'Ba1' da Petrobras de estável para positiva. A classificação da Suzano foi mantida em 'Baa3' e também com perspectiva positiva.

Os analistas Erick Rodrigues e Marcos Schmidt explicam que essa revisão ocorre em decorrência do recente aumento na nota soberana do Brasil, que passou de 'Ba2' para 'Ba1', com a manutenção de uma perspectiva positiva. Essa mudança é um sinal claro de que o mercado está reconhecendo a melhora nas condições econômicas do país.

"As notas de crédito dessas empresas estão diretamente atreladas à qualidade de crédito do Brasil", afirmam os analistas, destacando que as classificações não podem ser desvinculadas da nota soberana. Eles acreditam que as companhias se beneficiam do ambiente crescente de melhoria na qualidade de crédito e de um crescimento econômico superior ao esperado.

No caso específico da Petrobras, há uma expectativa de que a nota de crédito possa subir ainda mais caso a empresa apresente melhores métricas de crédito e uma menor influência do governo sobre suas operações, além de um movimento contínuo em direção à autonomia financeira.

A Moody's também elevou a perspectiva da nota 'Ba3' da Prio de estável para positiva, em decorrência da recente aquisição de 40% no Campo de Peregrino. Os analistas Carolina Chimenti e Marcos Schmidt afirmam que essa aquisição deve aumentar significativamente a produção e as reservas de petróleo e gás da Prio, sem comprometer suas métricas de crédito. Embora a alavancagem da empresa deva subir de 1,3 para 1,8 vezes devido ao desembolso de quase US$ 2 bilhões, prevê-se que caia para 1,1 vez no ano seguinte, conforme os novos ativos gerarem receitas.

A Moody’s elogia a alta eficiência operacional da Prio e os baixos custos de produção que, segundo seus cálculos, devem ser mantidos com a entrada dos ativos do Campo de Peregrino e outros campos em desenvolvimento. Entretanto, a nota é limitada pela escala reduzida de suas operações e pela dependência contínua da revitalização de campos maduros.

Além disso, a Moody’s Local reiterou a nota de crédito nacional da Ultrapar em 'AAA.br', com perspectiva estável. Os analistas Rafael Sommer e Patrícia Maniero destacam que a classificação da Ultrapar reflete um sólido modelo de negócios, fluxo de caixa estável e uma posição de liderança em diversos segmentos do mercado brasileiro. Essa estabilidade garantida em meio a um cenário econômico dinâmico é um diferencial que investidores devem observar de perto.

Em suma, a revisão das notas de crédito pela Moody’s não apenas impacta essas empresas, mas também revela um panorama de esperança e recuperação econômica para o Brasil, estimulando mais confiança nos investidores.