Uma moradora de Marília está travando uma batalha judicial desde 2023 para obter uma ordem que permita a realização de uma cirurgia estética, acreditando que isso pode melhorar sua saúde mental. A mulher, que já sofreu duas derrotas em instâncias anteriores, relata um profundo quadro de perda de autoestima e vergonha em relação ao seu corpo após um intenso processo de emagrecimento.

Com a forte redução de peso, ela enfrenta problemas como flacidez abdominal e excesso de pele, que afetam não apenas sua aparência, mas também sua saúde psicológica.

Apesar da gravidade de sua situação, a Vara da Fazenda Pública decidiu que o pedido de cirurgia era improcedente, alegando que não se tratava de um caso de assistência à saúde. A expectativa de conseguir uma liminar para a realização da operação foi frustrada, pois a justiça entendeu que não havia urgência suficiente para atender ao pedido.

A decisão do juiz incluiu a seguinte declaração: “Em que pese a condição emocional desfavorável da demandante, com a qual este Juízo sinceramente se solidariza, não se está diante de quadro ligado diretamente à prestação de assistência à saúde”.

Esse impasse levanta questões importantes sobre a relação entre estética e saúde mental. De acordo com especialistas, muitos casos de insegurança e baixa autoestima estão associados à imagem que as pessoas têm de si mesmas, frequentemente exacerbada por padrões de beleza impostos pela sociedade.

A história dessa mulher é um retrato de como questões de autoestima podem impactar gravemente a saúde mental, e a crescente busca por intervenções estéticas como forma de tratamento merece atenção redobrada, tanto por parte dos profissionais de saúde quanto do sistema judiciário. O que poderia ser uma solução para alguns se transforma em uma luta para outros, e essa situação evidencia a necessidade de uma discussão aprofundada sobre como a justiça pode lidar com questões que envolvem saúde mental e estética.