
Moraes refuta críticas sobre o julgamento do golpe e desmistifica narrativa enganosa
2025-03-25
Autor: Carolina
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, se posicionou firmemente ao negar que o tribunal esteja condenando "velhinhas com a Bíblia na mão" durante os julgamentos relacionados aos golpistas do 8 de janeiro.
Durante a análise das chamadas "questões preliminares", onde técnicos e jurídicos são discutidos antes da deliberação sobre o mérito da denúncia, Moraes contestou as críticas direcionadas à atuação da corte em relação ao tema. "Aproveito este momento para corrigir uma narrativa completamente errônea. Um dos advogados chegou a comparar a situação a uma visão terraplanista, insinuando que estaríamos condenando supostamente 'velhinhas' que estariam apenas passeando. Isso é absolutamente falso, pois, como demonstram as imagens, ninguém estava lá passeando, e as condenações realizadas não podem ser ignoradas", afirmou o ministro.
Moraes apresentou dados significativos sobre as condenações até o momento, evidenciando que, em 497 ações penais julgadas que resultaram em condenação, 240 indivíduos foram sancionados com penas de 1 ano de prisão, enquanto 102 enfrentaram penas de 14 anos, 58 foram condenados a 16 anos e 6 meses, e 44 tiveram penas superiores a 17 anos.
Durante a sessão, os ministros também analisaram pedidos da defesa, começando pela solicitação para que Moraes e os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino se abstivessem de participar do julgamento. A solicitação foi negada. Na segunda questão preliminar, uma votação realizada sobre se a denúncia deveria ser julgada pela Primeira Turma ou pelo plenário do STF resultou em uma decisão de 4 a 1, favorável a que o caso fosse analisado por todos os ministros.
Além disso, o pedido para anular o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid também foi rejeitado, assim como outras solicitações de nulidade feitas pela defesa.
Enquanto o país observa de perto os desdobramentos destes julgamentos, fica claro que o STF permanece firme em sua função de assegurar que a justiça predomine, não se deixando influenciar por narrativas distorcidas ou equivocadas.