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MP solicita pena máxima para acusado de drogar e estuprar esposa com diversos homens

2024-11-25

Autor: Mariana

O Ministério Público da França requisitou a pena máxima contra Dominique Pelicot, homem que, por uma década, drogou sua ex-esposa, Gisèle Pelicot, para estuprá-la com dezenas de homens. A sentença pode chegar a 20 anos de prisão, uma decisão considerada insuficiente pela promotora Laure Chabaud, que destacou a gravidade e a repetição dos atos perpetrados.

"Vinte anos é, ao mesmo tempo, muito pouco, levando em conta a gravidade dos atos", comentou Chabaud durante os últimos dias do julgamento em Avignon, no sul da França.

Essa fase crucial do processo envolve o pedido de penas para 51 outros acusados, com a maioria dos réus tendo idades variando entre 26 e 74 anos, todos enfrentando possíveis penas de até 20 anos por estupro agravado. O caso tem ganhado abrangente cobertura da mídia, sendo um dos assuntos mais debatidos em todo o mundo.

"A questão vai além de simples condenações; é sobre transformar as relações entre homens e mulheres", afirmou o promotor Jean-François Mayet, reiterando a importância do julgamento. O pedido de pena coincide com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, refletindo o clamor social por justiça e uma mudança cultural.

Mais de 138 veículos de comunicação, incluindo 57 internacionais, têm coberto de perto o processo. O impacto do caso está levantando questões sobre consentimento e direitos das mulheres. Como disse a advogada da vítima, Antoine Camus, "é um símbolo poderoso que mostra a luta contra a violência de gênero".

Gisèle Pelicot, de 71 anos, tornou-se um ícone neste contexto e demonstrou que as vozes femininas estão ganhando força. "Estou muito emocionada", disse ao chegar ao tribunal. Este caso também inspirou manifestações em apoio à Gisèle e a outras vítimas, enfatizando que "todas somos Gisèle".

Durante o julgamento, Dominique Pelicot admitiu sua culpa, mas tentou desviar a responsabilidade, alegando que alguns homens pensavam que participavam de um 'jogo sexual consensual'. "Em 2024, não podemos mais admitir essa justificativa", insistiu a promotora, reiterando que a ausência de consentimento é inegável e nada pode justificar os atos de violação.

Com o julgamento marcado para a conclusão e os vereditos previstos para o dia 20 de dezembro, as defesas dos réus devem apresentar suas alegações finais até 13 de dezembro. A advogada de Pelicot, Béatrice Zavarro, expressou que seu cliente está devastado, lidando com o peso das acusações.

As manifestações recentes em toda a França, que atraíram milhares de pessoas, destacaram a necessidade urgente de legislação mais rigorosa contra a violência de gênero, provando que a sociedade está cada vez mais mobilizada contra tais atrocidades. O caso Pelicot, portanto, não é apenas um julgamento individual, mas um reflexo das lutas coletivas por justiça e direitos das mulheres em uma sociedade que precisa urgentemente mudar.