Saúde

Mulher descobre câncer após confundir sintomas com abstinência de café

2025-03-21

Autor: Carolina

O oligodendroglioma de grau 3 é um tumor cerebral maligno e incurável. A britânica Abi Feltham, de 37 anos, recebeu o diagnóstico após uma série de episódios de visão turva que, inicialmente, foram atribuídos à abstinência de cafeína.

Abi costumava consumir cerca de 12 xícaras de café por dia e também fumava. Após parar abruptamente com a bebida e o cigarro, começou a sentir dificuldades visuais, o que a levou a procurar um oftalmologista.

"Eu não estava preocupada. Mas o médico disse: 'Vou chamar a equipe neurológica'. Foi aí que percebi que era sério", relatou Abi em entrevista ao The Sun.

O diagnóstico do câncer veio após a consulta, que revelou nervos ópticos inchados, um sinal de pressão perigosa no cérebro. Uma tomografia computadorizada revelou uma massa cerebral e, poucos dias depois, ela se submeteu a uma cirurgia para drenar um cisto que pressionava o órgão.

Embora a cirurgia tenha inicialmente aliviado a dor e melhorado sua visão, Abi logo descobriu que o cisto era na verdade um tumor cancerígeno agressivo. Ela precisou passar por uma segunda operação para remover a maior parte da massa com o mínimo de risco de paralisia.

Uma biópsia confirmou que Abi tinha um oligodendroglioma incurável de grau 3, com uma expectativa de vida de cerca de 15 anos. Para muitos, essa notícia seria devastadora, mas para Abi serviu como um impulso para seguir em frente.

"Antes de descobrir o tumor, estava bebendo vodca no meu chá só para começar o dia”, lembrou, revelando uma luta contra o vício em álcool e outras substâncias.

Em abril de 2020, ela conseguiu vencer o vício. Hoje, com mais de 2,7 milhões de seguidores no TikTok, Abi compartilha suas experiências sobre sobriedade, saúde mental e as reviravoltas da vida.

"Houve um tempo em que eu não me importava se viveria ou morreria. Mas agora eu construí uma vida que vale a pena ser vivida. Então, vou vivê-la", declarou Abi.

Como embaixadora da Brain Tumor Research, ela se dedica a aumentar a conscientização e os investimentos na pesquisa de tumores cerebrais. "Apenas 1% do financiamento nacional para pesquisa do câncer vai para tumores cerebrais, isso é inaceitável", ressalta.

Com apenas dois ciclos de quimioterapia restantes, Abi já planeja seu próximo passo: escrever um livro que combina memórias e autoajuda, com o objetivo de apoiar aqueles que enfrentam desafios como vícios, depressão e doenças graves.

"Passei tanto tempo da minha vida fugindo de mim mesma, me afogando em ódio de mim mesma. E agora? O câncer me deixou grata, positiva e até mesmo feliz. Não recomendo ter câncer para mudar a mentalidade, mas definitivamente funcionou para mim”, conclui. Esta história inspiradora não apenas destaca a resiliência de Abi, mas também a necessidade urgente de mais pesquisa e financiamento para o tratamento de tumores cerebrais.