Saúde

Mulher descobre que "espinha" invisível era câncer: "Médico dizia que era normal"

2025-03-28

Autor: João

A história de Alaêdde Forato, uma professora paulista, revela a importância de buscar segundas opiniões médicas. Após várias receitas não resolvendo sua "espinha" que não cicatrizava, ela decidiu procurar atendimento em Campinas (SP) e posteriormente em São Paulo. Infelizmente, em vez de um diagnóstico preciso, ela foi submetida a um procedimento cirúrgico desnecessário e inadequado.

Após a cirurgia, em vez de melhorar, a área tratada começou a se deformar. Forato relatou que o médico insistia ser tudo parte do processo, afirmando que a formação de gordura era normal. Porém, a situação se agravou a ponto de deformar todo o lado direito do seu nariz.

Desesperada, ela buscou ajuda em outro hospital e acabou sendo internada para exames. O diagnóstico foi devastador: carcinoma basocelular (CBC), um tipo de câncer de pele que, segundo o Grupo Brasileiro de Melanoma, representa 75 a 80% dos casos dessa doença. O tumor, já bastante avançado, requer atenção cuidadosa, pois pode provocar deformidades e, em casos extremos, metástases.

Alaêdde enfrentou uma nova cirurgia, tão invasiva que o médico alertou sobre a possibilidade de perder o olho direito. A cirurgia, que durou impressionantes 9 horas, resultou em danos significativos ao seu rosto e saúde. Quase todos os dentes da parte superior foram removidos, e ela teve que passar por uma série de cirurgias adicionais devido à necrose da pele utilizada para a reconstrução facial.

Em junho de 2023, novos sintomas surgiram: sua testa estava extremamente alongada. Após novas investigações, descobriu-se que o tumor havia avançado, chegando a se aproximar das meninges, a membrana que protege o cérebro. Os médicos decidiram que a única solução seria uma cirurgia ainda mais agressiva.

Após essa nova operação, Forato se submeteu a 25 sessões de radioterapia, que causaram danos ao seu osso craniano. Ela enfrentou uma nova internação em setembro de 2024 para um enxerto facial que envolvia raspagem dos tecidos infectados.

Alaêdde utiliza próteses desde sua primeira cirurgia para melhorar sua autoestima. Ela encontrou apoio no Instituto Mais Identidade, em São Paulo, que utiliza tecnologia de impressão 3D para construir próteses personalizadas. Essas próteses são tão bem feitas que, durante alguns eventos, fica difícil distinguir entre a pele natural e a prótese.

Apesar das dificuldades, Forato mantém um espírito positivo. Ela enfatiza: "Não é porque você tem um problema oncológico que suas últimas horas estão contadas. É fundamental ter fé e esperança, além de uma boa equipe médica ao seu lado, que realmente se preocupa com sua recuperação".

Após muitas batalhas, incluindo diversas sessões a laser, sua cabeça já cicatrizou quase completamente. Apenas uma parte ficará sem cabelo, que ela pretende cobrir com lenços e perucas. Sua história é um testemunho de resiliência e coragem diante de um diagnóstico assustador, lembrando a todos sobre a necessidade de atenção e revisão dos cuidados médicos.