Mulher recebe rim de porco nos EUA: 'Nunca me senti tão bem'
2024-12-17
Autor: Julia
A história de Towana Looney, uma mulher americana que recebeu um rim de porco geneticamente modificado, vem gerando grande repercussão mundial. Ao passar por uma cirurgia bem-sucedida no final de novembro, ela se tornou a terceira pessoa a receber um órgão suíno, mas é a única entre os cinco pacientes que receberam transplantes a ainda estar viva.
Os médicos que acompanhavam o caso notaram que Towana estava em condições de saúde melhores do que as dos outros receberem órgãos suínos até o momento. Em apenas 11 dias após a operação, ela recebeu alta hospitalar e retornou para tratar de infusões intravenosas necessário. Antes do transplante, seus níveis elevados de anticorpos tornavam difícil encontrar um rim humano compatível, mas agora ela já não precisa mais de diálise.
O rim que Towana recebeu começou a funcionar imediatamente, produzindo urina antes mesmo dela acordar da cirurgia. Os exames de sangue mostraram que o órgão estava eliminando creatinina do corpo de forma eficiente. Em uma entrevista, Towana expressou sua alegria com as novas condições de vida, afirmando: 'Nunca me senti tão bem'. Ela mencionou que atividades cotidianas, que antes eram extenuantes, agora se tornaram simples, permitindo a ela realizar tarefas domésticas com facilidade.
Além da melhora em sua saúde, Towana já está planejando suas viagens, com o Walt Disney World como um dos destinos. Esse transplante é visto como uma revolução na medicina, já que mais de 100 mil americanos estão na fila de espera para um órgão humano doado – com a maioria deles aguardando um rim.
As dificuldades enfrentadas por dezenas de milhares de pacientes que dependem de diálise são gritantes. As estatísticas mostram que apenas uma fração dos mais de 550 mil pacientes com essa condição está em lista de espera para transplantes, pois muitos não se qualificam devido à condição de saúde debilitada.
O que torna a situação ainda mais alarmante é que os pacientes negros, como Towana, representem 35% dos que estão em diálise, mesmo sendo apenas 13,5% da população total, atribuídos em parte a fatores como hipertensão e diabetes.
A ocorrência de transplantes de órgãos de animais, ou xenotransplantes, tem se tornado uma esperança para resolver a escassez de órgãos. Para isso, cientistas e médicos estão buscando maneiras de modificar geneticamente os órgãos de porcos para que sejam menos propensos a causar rejeição no corpo humano.
Revivicor, uma subsidiária da United Therapeutics Corp., é uma das empresas que estão à frente dessa pesquisa, fornecendo porcos geneticamente modificados. Towana destacou que sua decisão de participar do transplante foi motivada por sua experiência anterior como doadora de órgãos e pela certeza de que essa poderia ser a sua única chance de tratamento. Ela já havia doado um rim para sua mãe e estava motivada a encontrar uma solução para sua condição crítica de saúde.
O caso de Towana não só levanta esperança para milhões de pessoas com doenças renais, mas também marca um momento histórico e um avanço significativo na medicina de transplantes.