Mulheres Mohawk lutam para desvendar os horrores do experimento da CIA com crianças
2025-01-04
Autor: Lucas
As Mães Mohawk, um grupo de mulheres indígenas, estão em uma incansável busca pela verdade sobre o que aconteceu com crianças que foram vítimas de experiências brutais promovidas pela CIA.
Kahentinetha, uma mulher de 85 anos da comunidade mohawk de Kahnawake, expressa a dor de muitas mães: "Levaram nossos filhos, fizeram experiências com eles e nunca mais os vimos. Queremos saber exatamente o que aconteceu e quem será responsabilizado."
Ao lado dela está Kwetiio, 52 anos, sua companheira de luta, que destaca a importância dessa busca: "Estamos determinadas a desenterrar a verdade e garantir que nossos filhos não sejam esquecidos."
As líderes indígenas acreditam que as pistas sobre o destino das crianças desaparecidas possam estar submersas em futuros terrenos de construção da Universidade McGill, apoiados pelo governo de Quebec. Documentos e testemunhos indicam a existência de túmulos não identificados de crianças internadas no Royal Victoria Hospital e no Instituto Allan Memorial, conhecidos por serem parte dos planos macabros da CIA.
Durante as décadas de 1950 e 1960, o MK-Ultra, um programa sinistro da CIA, envolveu experimentar o controle mental em pacientes, incluindo crianças indígenas, usando técnicas como descargas elétricas e drogas alucinógenas. Essa era uma época de intensa desconfiança durante a Guerra Fria, e os serviços de inteligência dos EUA estavam em estado de alerta para investigar possíveis técnicas de controle mental desenvolvidas por adversários.
O impacto de MK-Ultra foi devastador. Desde então, muitos sobreviventes e suas famílias têm carregado cicatrizes profundas e traumas emocionais. As Mães Mohawk, armadas com a responsabilidade de proteger as gerações futuras, estão travando uma batalha judicial para interromper a construção e assim garantir que a verdade não seja escavada junto com as obras.
As Mães Mohawk obtiveram uma ordem judicial temporária em outubro de 2022, suspendendo as atividades de construção, algo que elas conseguiram sem a ajuda de advogados. Este feito histórico destaca a importância da autodeterminação e do protagonismo na luta pela justiça.
O acordo alcançado em abril de 2023 permitiu que as Mães Mohawk tivessem acesso aos arquivos da Universidade McGill. Recentemente, através de equipes de cães farejadores e sondas especializadas, foram identificadas áreas de interesse, mas, até o momento, a universidade continuou afirmando que nenhum resto humano foi encontrado.
As lutas das Mães Mohawk não são apenas por suas próprias crianças, mas por uma reparação histórica e reconhecimento das atrocidades cometidas contra os povos indígenas. A história marcada por internatos e tratamentos desumanos está sendo revisitada, especialmente após a descoberta dos túmulos de 215 crianças em 2021, sinalizando a urgência do reconhecimento e da busca por verdade e justiça.
"Nós não desistiremos", afirma Kwetiio. "O silêncio não é uma opção, e a verdade precisa ser revelada para que possamos iniciar um processo de cura e reconciliação."
Essas mulheres valentes nos lembram que a luta por justiça é também uma luta por memória e dignidade, e que mesmo diante das adversidades, elas permanecem firmes na busca de um futuro onde tais horrores não se repitam. Somente com a verdade em mãos é que haverá esperança para as futuras gerações.