Mundo vê retorno de Trump com otimismo, enquanto China se destaca sobre os EUA
2025-01-15
Autor: Julia
A possível volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025 tem gerado reações mistas ao redor do mundo, com um estudo do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) revelando que muitos aliados dos EUA estão mais apreensivos do que os rivais geopolíticos. A pesquisa, realizada em novembro do ano passado, envolveu 28.549 pessoas em diversas nacionalidades, incluindo uma amostra representativa de 1.000 brasileiros pela MarketAnalysis.
Os resultados são surpreendentes: na Índia, um impressionante 85% dos entrevistados acreditam que o retorno de Trump seria positivo para os Estados Unidos, e 84% para o próprio país asiático. A Arábia Saudita e a Rússia também demonstraram um otimismo considerável em relação a sua volta, com 69% e 59% de apoio, respectivamente.
No Brasil, 56% veem a eleição de Trump como positiva para os americanos, enquanto 43% acreditam que seria bom para Brasília. No entanto, 25% consideram a volta do republicano ruim para o Brasil e 33% não têm uma opinião definida.
Em contraste, países como Suíça, Reino Unido, Ucrânia e Coreia do Sul mostraram um pessimismo mais acentuado. Por exemplo, apenas 15% dos britânicos são otimistas quanto a um potencial retorno de Trump, enquanto na Coreia do Sul, onde a relação com os EUA é crucial para lidar com a Coreia do Norte, apenas 11% acreditam que isso trará benefícios.
A pesquisa também trouxe à tona mudanças nas expectativas sobre a Guerra na Ucrânia. A perspectiva de que Kiev saia vitoriosa do conflito caiu de 58% em maio de 2024 para apenas 34%, indicando uma crescente aceitação da ideia de um acordo de paz.
Ivan Krastev, coautor do estudo, comentou que a Europa está em um dilema sobre como lidar com a possível administração Trump, sugerindo que, em vez de resistir, os europeus devem buscar novas relações no cenário internacional.
Outro aspecto relevante da pesquisa é a crescente percepção de que a China pode superar os EUA como a principal potência global nos próximos 20 anos. Em todos os países pesquisados, a maioria acredita que a influência dos EUA continuará ou até aumentará na próxima década, mas 52% dos britânicos e 55% dos europeus veem a China como a futura líder mundial.
Os brasileiros estão alinhados a essa visão global, com 56% acreditando que a China se tornará a potência predominante nas próximas duas décadas. Essa opinião é amplamente compartilhada entre os países do Brics, onde a China tem um papel estratégico.
Essas revelações reforçam a dinâmica complexa das relações internacionais e a necessidade dos países se adaptarem a um cenário global em transformação, onde os interesses nacionais precisam ser continuamente renegociados.