"Não é opcional!" afirma chefe de diplomacia da UE sobre prisão de Netanyahu
2024-11-23
Autor: Pedro
A tensão entre a União Europeia e Israel se intensifica à medida que a situação política e humanitária em Gaza se agrava. O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, enfatizou que os estados europeus que assinaram a convenção de Roma têm a obrigação de cumprir as decisões do Tribunal Penal Internacional (TPI), reiterando: "Não é opcional".
Durante uma visita a Chipre, Borrell declarou que as obrigações impostas pelo TPI também são aplicáveis a países que desejam se tornar membros da UE. Ele fez questão de criticar a possível hipocrisia, afirmando: "Seria muito engraçado que os recéme-chegados tivessem uma obrigação que os membros atuais não cumprem".
Essas declarações surgem após a recente decisão do TPI de investigar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por possíveis crimes de guerra em Gaza, um movimento que foi rejeitado pelos Estados Unidos e considerado antissemita por autoridades israelenses.
Borrell não se esquivou de comentar a dificuldade em criticar a política israelense sem ser rotulado como antissemita. "Tenho o direito de criticar as decisões do governo israelense, seja o Sr. Netanyahu ou outra pessoa, sem ser acusado de antissemitismo. Isso não é aceitável. Já chega", afirmou ele, sublinhando a necessidade de um diálogo aberto e honesto sobre a crise.
O conflito escalou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel, e a resposta militar de Israel a Gaza causou a morte de aproximadamente 44.000 palestinos, além de deslocar quase toda a população do enclave. Essa situação alarmante gerou uma grave crise humanitária, levantando questões sobre a responsabilidade internacional e a necessidade de ações para proteger os direitos humanos.
Enquanto isso, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, convidou Netanyahu a visitar seu país, garantindo que o líder israelense não estaria em risco. Essa postura de apoio contrasta fortemente com as declarações dos representantes da UE e evidencia as divisões existentes dentro da Europa sobre como lidar com a complexa situação no Oriente Médio.