O Neon, uma das mais promissoras fintechs do Brasil, anunciou recentemente a nomeação de Fernando Miranda como seu novo CEO, substituindo Pedro Conrade, que agora assume o cargo de chairman executivo. Essa mudança de liderança marca um novo capítulo na trajetória da empresa, que busca alcançar uma 'lucratividade sustentável' sob a direção de Miranda.

Fernando Miranda, que já acumulou experiências relevantes como vice-presidente no Nubank, CEO da Easynvest e da Webmotors, revelou ao Brazil Journal que a expectativa é que o Neon encerre o ano no azul, embora as cifras finais dependam do desempenho de dezembro. Ele destacou que mesmo após acumular um prejuízo significativo de R$ 278,9 milhões no primeiro semestre, a fintech está confiante de que terá um crescimento sólido e rentável no próximo ano.

Nos primeiros nove meses de 2023, a fintech cresceu impressionantes 62% em relação ao mesmo período do ano anterior, com planos de um crescimento adicional de 30% para o ano seguinte. A carteira de crédito também disparou, alcançando R$ 5,7 bilhões, um aumento de 20% comparado ao ano passado. Embora o Neon não revele suas taxas de inadimplência, o novo CEO garante que os índices estão abaixo do limite de risco estabelecido.

Entretanto, com a previsão de aumento nas taxas de juros, a situação de inadimplência pode se alterar em 2025, o que exige atenção redobrada. Miranda afirmou: 'Se de fato os juros subirem como estão esperando, devemos ver uma piora da inadimplência em todo o mercado no segundo semestre do ano que vem.' No entanto, ele se mostra otimista ao afirmar que a inadimplência atual está 20% abaixo do limite de risco estabelecido pela fintech.

Outro dado relevante é que a receita média por cliente (ARPAC) da empresa triplicou nos últimos dois anos, um reflexo do crescimento e inovação que o Neon tem implementado. Parte desse crescimento se deve à independência de funding que a fintech tem conquistado, especialmente após a aquisição da financeira catarinense Biorc e o lançamento de emissões de CDBs. Atualmente, o Neon conta com um estoque de captação de R$ 4 bilhões em CDBs.

Além disso, a fintech está integrando a carteira que até então era administrada pelo BV, após a liquidação do antigo banco Pottencial, ampliando ainda mais sua base de operações. Para 2024, o Neon planeja lançar novos serviços voltados para as classes sociais C e D em seu aplicativo, com foco nas empresas adquiridas recentemente.

Miranda quer mudar o perfil de consumidores que utilizam o Neon, atualmente concentrados nas classes D e C-. Ele vislumbra trazer benefícios e serviços que possam atrair clientes das classes C+ e B-. Uma estratégia para atingir esse novo público inclui fortalecer a oferta de investimentos, embora ainda não haja uma data definida para essa implementação.

Além disso, o Neon conseguiu capturar R$ 518 milhões em uma rodada de investimento Series E, garantindo que não há necessidade de novos aportes no curto prazo. A fintech está determinada a colocar sua estratégia em prática, garantindo seu papel de destaque no mercado de fintechs brasileiras.

Com as mudanças que estão por vir, o futuro do Neon parece promissor. A expectativa é de que a fintech continue a inovar e a expandir seus serviços, consolidando sua posição de liderança no setor. Fique de olho nas novidades que o Neon trará para o mercado!