Mundo

Netanyahu afirma: a vitória de 1948 é a verdadeira origem de Israel, não a ONU!

2024-10-15

Autor: Carolina

Nesta terça-feira (15), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, provocou polêmica ao declarar que a fundação do Estado de Israel é resultado da vitória na guerra árabe-israelense de 1948 e não da aprovação da ONU. Ele fez essa afirmação em resposta aos comentários do presidente francês, Emmanuel Macron.

Durante um comunicado, Netanyahu afirmou: "Um lembrete para o presidente da França: não foi a resolução da ONU que estabeleceu o Estado de Israel, mas a vitória obtida na guerra de independência, com o sangue de combatentes heroicos, muitos deles sobreviventes do Holocausto, incluindo aqueles que foram perseguidos pelo regime de Vichy, que colaborou com os nazistas durante a ocupação da França (1940-1944)."

A provocação de Netanyahu vem após Macron enfatizar, em uma reunião do Conselho de Ministros, que Israel deve assumir responsabilidade pelas decisões da ONU, lembrando da votação de novembro de 1947, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a partilha da Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe. Macron reiterou: "O senhor Netanyahu não deve se esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU. Por isso, não é momento de se eximir das resoluções da organização."

Esse embate ocorre em meio a uma ofensiva terrestre israelense contra o Hezbollah, um grupo militante islamista pró-Irã, no sul do Líbano, enquanto as forças de paz da ONU (capacetes azuis) estão mobilizadas na região. A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas estipula que apenas o Exército libanês e a Unifil, a missão de paz da ONU, devem atuar no sul do país, além de estabelecer um cessar-fogo entre as partes.

Netanyahu criticou o Hezbollah, alegando que o grupo utiliza as instalações da Unifil como fachada para realizar ataques contra Israel. No último domingo, ele pediu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que os capacetes azuis sejam colocados "sob proteção imediata" diante das hostilidades.

A Unifil, que conta com aproximadamente 10.000 militares, incluindo 700 franceses, denunciou "violações chocantes" por parte de Israel contra suas posições. Recentemente, informou a entrada de dois tanques israelenses em uma de suas bases perto da fronteira. Por outro lado, o Exército israelense alegou que um de seus tanques colidiu com um posto da Unifil durante a evacuação de soldados feridos.

Este desenrolar de eventos levanta questões críticas sobre a segurança na região e o papel da ONU, enquanto o mundo observa atentamente a escalada das tensões e as declarações incendiárias entre líderes.