Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, confirmou na segunda-feira, 18 de novembro de 2024, que um ataque israelense em outubro causou danos significativos ao programa nuclear do Irã. Essa operação foi desencadeada como resposta ao lançamento de 200 mísseis iranianos contra território israelense no dia 1º de outubro.

"Um componente do programa nuclear foi danificado no ataque, mas o próprio programa e sua capacidade de operar não foram desbaratados", declarou Netanyahu durante uma sessão no Parlamento israelense. A declaração surge em meio a crescentes preocupações internacionais sobre a iminente capacidade nuclear do Irã e os desdobramentos que isso pode ter para a segurança na região.

O primeiro-ministro também indicou que o ataque foi estrategicamente planejado para evitar uma escalada militar maior. Segundo Netanyahu, Israel garantiu aos Estados Unidos que não atacaria as principais instalações nucleares iranianas, em uma tentativa de manter a diplomacia e evitar conflitos diretos com potências internacionais.

Tensões Aumentam no Líbano

Netanyahu se referiu ao crescente conflito com o Hezbollah no Líbano, afirmando que Israel continuará suas operações contra o grupo xiita independentemente de um possível acordo de cessar-fogo. "O mais importante não é o acordo que será colocado no papel. Seremos forçados a garantir nossa segurança no norte e realizar sistematicamente operações contra os ataques do Hezbollah, mesmo após um cessar-fogo", enfatizou.

A situação humanitária no norte de Israel se deteriora rapidamente, com o governo tentando facilitar o retorno de 60 mil habitantes deslocados pelos confrontos. Desde setembro, Israel intensificou significativamente os ataques aéreos e terrestres contra as posições do Hezbollah, levando a uma escalada de hostilidades que afeta a vida civil na fronteira entre os dois países.

No último domingo, 17 de novembro, Israel eliminou Mohammad Afif, o chefe de comunicação do Hezbollah, em um ataque aéreo em Beirute. O bombardeio, que não deu aviso prévio para evacuação, atingiu escritórios do partido Ba'ath em Ras al-Nabaa, área densamente povoada que abriga deslocados do sul do Líbano. Afif, próximo ao líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, tinha afirmado que o grupo possuía capacidade para um "conflito prolongado" com Israel. O ataque resultou em ferimentos em outras três pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

Ataques em Beirute

Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde do Líbano informou que bombardeios israelenses afetaram um bairro densamente povoado, resultando em cinco mortos e 24 feridos. Este foi o terceiro ataque em apenas dois dias nos distritos centrais de Beirute, aumentando as tensões que já estão à flor da pele na região.

O cenário se torna alarmante, e as repercussões desse conflito podem ser sentidas bem além das fronteiras de Israel e do Líbano. Especialistas alertam para o potencial de envolvimento mais amplo de potências regionais e internacionais, à medida que a luta por influência e recursos se intensifica.