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Nobel de Medicina 2024: Victor Ambros e Gary Ruvkun Revelam os Segredos dos MicroRNAs

2024-10-07

Autor: Mariana

O entusiasmo tomou conta do Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, quando o presidente do Comitê Nobel, Thomas Perlmann, anunciou os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2024: os renomados cientistas americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun. O anúncio, feito no dia 7 de outubro de 2024, marca um momento histórico na pesquisa biomolecular.

Ambros e Ruvkun compartilham o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 5,8 milhões) por suas descobertas inovadoras sobre microRNAs, moléculas cruciais que desempenham um papel vital na regulação da expressão gênica. Esses microRNAs são elementos pequenos, mas poderosos, que controlam a atividade genética pós-transcricional, essencial para o desenvolvimento adequado de células e tecidos.

A importância da pesquisa desenvolvida por esses cientistas não pode ser subestimada. Desde sua descoberta, os microRNAs têm sido associados a diversas condições de saúde, desde doenças autoimunes até câncer. O trabalho de Ambros e Ruvkun proporcionou uma compreensão mais clara de como os genes são ativados e desativados no organismo, abrindo portas para novas abordagens terapêuticas.

No ano passado, o Nobel em Medicina foi concedido a Katalin Karikó e Drew Weissman por suas pesquisas que facilitaram o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, destacando a relevância contínua da pesquisa biológica em tempos de crise.

Desde a primeiríssima edição do prêmio em 1901, a distinção já contemplou mais de cem laureados na categoria de Fisiologia ou Medicina, mas em apenas nove ocasiões esse reconhecimento não foi conferido. Além disso, com 227 premiados ao longo das décadas, apenas 13 deles são mulheres, incluindo a icônica Barbara McClintock, que foi laureada em 1983.

Gary Ruvkun, que é associado ao Massachusetts General Hospital e à Harvard Medical School, é amplamente reconhecido por sua pesquisa sobre a função dos microRNAs na regulação gênica. Por outro lado, Victor Ambros, professor da Universidade de Massachusetts Medical School, é creditado por sua contribuição significativa na identificação dessas moléculas fundamentais em organismos multicelulares.

Curiosidades sobre o Nobel de Medicina revelam que o laureado mais jovem foi Frederick G. Banting, que ganhou o prêmio em 1923, com apenas 31 anos, por descobrir a insulina. O mais velho foi Peyton Rous, premiado aos 87 anos, revelando os vírus que causam tumores. Além disso, desde 1974, a premiação não pode ser concedida postumamente, a menos que o falecimento ocorra após o anúncio oficial.

Os prêmios seguirão ao longo da semana com as categorias de Física, Química, Literatura, Paz e Economia sendo reveladas em sequência. Essa tradição sempre gera uma expectativa significativa na comunidade científica e entre o público em geral.

O que sabemos é que as contribuições de Ambros e Ruvkun não apenas ampliam os horizontes da pesquisa molecular, mas também nos lembram da importância contínua do estudo e da inovação na busca por tratamentos e curas para doenças que afetam a humanidade. A batalha pela saúde e bem-estar está longe de terminar, e cada descoberta é um passo adiante nessa jornada.