Saúde

Nova Variante do Vírus Sars-CoV-2 Chamada XEC é Detectada em Três Estados do Brasil

2024-10-14

Autor: Gabriel

Uma nova linhagem do vírus Sars-CoV-2, conhecida como XEC, que faz parte da variante Omicron, foi recentemente identificada em três estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A descoberta inicial ocorreu no Rio de Janeiro, onde pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram o vírus em amostras de dois pacientes que testaram positivo para covid-19 em setembro. Essa análise foi conduzida pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, que é uma referência para o Sars-CoV-2 no Brasil e colabora com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Após a confirmação, o Ministério da Saúde e as secretarias de Saúde do Rio de Janeiro foram notificados imediatamente. As sequências genéticas da nova variante foram registradas na plataforma Gisaid em setembro e outubro. Além do Rio de Janeiro, os pesquisadores também identificaram a variante em São Paulo e Santa Catarina, com amostras coletadas anteriormente.

A OMS classificou a XEC como uma variante sob monitoramento no dia 24 de setembro, indicando que ela apresenta mutações suspeitas que podem alterar o comportamento do vírus. Sinais recentes de aumento de transmissibilidade vêm sendo observados, com a variante XEC se espalhando rapidamente pela Europa e América desde que começou a ser monitorada no verão de 2024.

De acordo com a virologista Paola Resende, do IOC/Fiocruz, dados internacionais sugerem que a XEC tem potencial de transmissão mais elevada. No entanto, ela enfatiza a necessidade de estudar seu comportamento no Brasil, já que a resposta imunológica da população pode ser diferente devido a variantes anteriores que já circularam.

A vigilância genômica foi intensificada no Rio de Janeiro, resultando na identificação da XEC em um contexto em que houve um leve aumento nos casos de covid-19. Apesar disso, os dados atuais mostram que não houve um aumento significativo nos casos na cidade por enquanto. Paola Resende alerta para um enfraquecimento na vigilância genômica em outras regiões do Brasil e destaca a urgência de manter a coleta de dados em todo o território nacional.

"Estamos sem dados de muitos estados que não estão enviando amostras para sequenciamento genético. O monitoramento é crucial para entender a chegada da XEC e identificar outras variantes que podem impactar a covid-19", afirmou. Além disso, a virologista destacou que a análise das sequências genéticas é essencial para ajustar as vacinas contra a covid-19, sendo que a OMS se reúne duas vezes por ano para discutir sobre as formulações das vacinas, com a próxima reunião agendada para dezembro.

Pesquisas indicam que a variante XEC pode ter surgido através da recombinação genética entre cepas que circularam anteriormente. Esse fenômeno ocorre quando um indivíduo é infectado simultaneamente por duas linhagens diferentes, possibilitando a mistura dos genomas virais. Estudos mostraram que a XEC contém trechos genéticos de outras variantes, o que pode conferir a ela vantagens na transmissão.

À medida que a pandemia continua a evoluir, é fundamental que a população mantenha as precauções necessárias e que as autoridades de saúde permaneçam vigilantes sobre o surgimento de novas variantes.