Tecnologia

NOVO CAPÍTULO NA SAGA DA OI: O QUE MUDOU E O QUE ESPERAR?

2024-09-30

A recente ratificação do acordo entre a Oi e a Anatel pela AGU marca o início de um novo capítulo para a famosa operadora de telecomunicações, que está se afastando de sua origem como concessionária de telefonia fixa. É um passo crucial após longas negociações que envolvem a Anatel, o Ministério das Comunicações e outras entidades, destacando a necessidade de adaptar a empresa à nova realidade do mercado.

A Oi, que já foi um gigante no setor com mais de 25 milhões de linhas de telefonia fixa, agora enfrenta um cenário totalmente diferente. Em 2024, restam menos de 1 milhão de conexões fixas, e a operadora teve que alugar 11 milhões de postes, refletindo um descompasso entre o que ainda é exigido por contrato e o que o mercado realmente oferece.

Além disso, a Oi estava gastando cerca de R$ 3 bilhões anualmente apenas para manter uma estrutura excessiva, incluindo redes e equipamentos em desuso. Com a evolução da tecnologia e o surgimento dos smartphones, o interesse do consumidor pelo telefone fixo praticamente desapareceu, e a operadora enfrentou uma pressão insustentável devido a obrigações regulatórias que não condizem mais com a realidade do mercado.

A arbitragem contra a União, iniciada em 2020, pode envolver valores na casa dos bilhões. Esse é um reflexo da situação financeira crítica da Oi, que agora busca uma solução que beneficie não apenas a empresa, mas também a sociedade como um todo.

Com o novo Termo de Autocomposição, a Oi se compromete a garantir serviços de telefonia fixa em áreas sem alternativas até 2028, evitando que o governo tenha que assumir essa responsabilidade, o que poderia acarretar custos e riscos para a população.

Embora a trajetória da Oi tenha sido marcada por dificuldades, a privatização das telecomunicações no Brasil demonstrou avanços significativos em termos de universalização de serviços, redução de preços e frequente atualização tecnológica. A Oi provou ser um exemplo complexo dentro deste contexto, onde os custos das obrigações regulatórias e as decisões da própria gestão foram suportados exclusivamente pela empresa.

Mateus Bandeira, atual presidente da Oi, enfatiza que a privatização, apesar dos desafios enfrentados, ainda é considerada um sucesso quando analisada do ponto de vista do interesse público. A diversidade de experiências e o aprendizado acumulado ao longo destes anos fazem parte da história da Oi, reforçando a importância da empresa para a infraestrutura de telecomunicações do Brasil.

À medida que a Oi avança, fica claro que, assim como em uma boa trama, os desafios enfrentados são parte de um processo contínuo de adaptação às novas realidades do mercado. Os próximos passos da operadora serão observados de perto, não apenas pelos entusiastas de telecomunicações, mas por toda a sociedade.