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O Impacto Dramático das Vendas de Dólar pelo Banco Central: Uma Análise Profunda de Bolsonaro a Lula

2024-12-05

Autor: Lucas

O Banco Central do Brasil teve um papel fundamental no mercado de câmbio nos últimos anos, especialmente em relação ao dólar. A análise revela que o BC vendeu dólar em 113 ocasiões durante a presidência de Jair Bolsonaro, enquanto apenas uma venda ocorreu sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre 2013 e 2018, o país passou seis longos anos sem realizar operações no mercado de dólar à vista. A partir de 2019, quando Bolsonaro assumiu a presidência, o BC iniciou uma série de vendas significativas, totalizando US$ 36 bilhões em 2019, US$ 24,7 bilhões em 2020, US$ 11,9 bilhões em 2021 e US$ 571 milhões em 2022. Essas ações tiveram um efeito direto nas reservas internacionais do Brasil, que caíram de US$ 374 bilhões em 2018 para US$ 324 bilhões no final de 2022, uma diminuição acentuada de US$ 50 bilhões.

Na gestão de Lula, o cenário pareceu diferente em 2023. Durante esse ano, não houve vendas em linha de recompra, mas o BC fez compras de dólares totalizando US$ 13 bilhões, resultando em um saldo positivo de US$ 9 bilhões em contratos de recompra. Sob o governo Bolsonaro, o saldo foi negativo em US$ 750 milhões, refletindo um maior volume de vendas do que de compras.

As ferramentas do Banco Central para controlar a volatilidade do dólar incluem também os contratos de swap cambial, que cresceram 46% durante a administração de Bolsonaro, indo de US$ 68,8 bilhões para US$ 100 bilhões. Em contrapartida, sob Lula, o crescimento foi de apenas 2%, alcançando US$ 102,8 bilhões. Essa diferença destaca como as intervenções do BC variaram conforme o contexto econômico e político.

Os economistas apontam que o Banco Central só deve atuar no mercado quando há disfuncionalidade. Com o dólar cotado a R$ 6, a pressão para uma intervenção do BC se intensifica. Críticos, incluindo figuras políticas como a presidente do PT, Gleisi Hoffman, levantaram questões sobre a eficácia das ações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro. O diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, enfatizou que não é viável “segurar” o câmbio de maneira artificial.

Intervenções no câmbio durante a era Bolsonaro foram justificadas pela combinação da pandemia, quedas nas taxas de juros e alta volatilidade. Em 2019, a redução da taxa Selic de 6,5% para 4,5% levou a uma fuga de capitais e um aumento na pressão sobre a moeda americana. Os especialistas concordam que as incertezas econômicas persistem e que, embora o BC possa atuar, isso não resolve as causas fundamentais da pressão sobre o dólar.

Além disso, a volatilidade histórica do câmbio é outro fator que atrai a atenção do Banco Central, com intervenções significativas registradas durante períodos de incerteza, como nas cercanias das eleições presidenciais de 2022. Neste contexto, a venda de dólares pelo BC em momentos críticos foi vista como uma tentativa de estabilizar a moeda em tempos de crise.

Em busca de soluções para a atual pressão cambial, especialistas apontam que, embora intervenções possam dar alívio temporário ao mercado, as questões estruturais da economia, como a dívida pública, exigem ações mais profundas e coordenadas, além de uma política fiscal sólida. A discussão permanece em aberto, com analistas alertando sobre os riscos de apenas uma abordagem superficial para estabilizar o câmbio.