O Impacto Silencioso da Covid Longa e das Doenças Crônicas Invisíveis
2024-11-17
Autor: Mariana
A pandemia da Covid-19, que devastou o mundo entre 2020 e 2022, não afetou todas as pessoas da mesma maneira. Enquanto muitos se recuperaram rapidamente, outros enfrentaram complicações severas e até fatais. Paralelamente, uma outra crise emergia nas sombras: a Covid longa, ou long covid, que acomete aqueles que não se recuperaram da infecção inicial dentro do período esperado.
O termo 'Covid longa' foi criado por um grupo de pacientes, pesquisadores e profissionais de saúde que, sentindo a falta de informações e auxílio, começaram a compartilhar suas experiências nas redes sociais. Esse esforço conjunto resultou em uma maior visibilidade para a condição e impulsionou pesquisas na área. Entretanto, muito ainda permanece desconhecido sobre esta enfermidade.
Embora algumas pessoas se recuperem, muitas outras continuam lutando contra sintomas debilitantes que perduram desde 2020. Surpreendentemente, a Covid longa trouxe à tona doenças crônicas pré-existentes, como a encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica (EM/SFC), que, até então, eram relegadas ao descaso pela comunidade científica e política.
Estas síndromes multissistêmicas, frequentemente decorrentes de infecções, apresentam sintomas semelhantes aos da Covid longa. Historicamente, muitas dessas doenças foram desacreditadas, com queixas dos pacientes frequentemente interpretadas como meras questões psicológicas.
Apesar do aumento da atenção à Covid longa e a EM/SFC, a verdade é que ainda faltam tratamentos validados e eficazes, deixando muitos pacientes sem respostas. As dificuldades enfrentadas por quem padece da Covid longa e de doenças invisíveis são enormes: desde diagnósticos precoces até o acesso adequado a cuidados médicos, e até mesmo questões sobre empregabilidade, com muitas pessoas incapacitadas para o trabalho.
A realidade enfrentada por estes indivíduos vai além das dificuldades visíveis. Com a Covid longa impactando múltiplos sistemas do corpo humano, sintomas como fadiga extrema, dor crônica, 'névoa cerebral' e enxaquecas se tornaram comuns, tornando suas vidas imprevisíveis e desafiadoras. A oscilação desses sintomas pode alterar drasticamente a identidade pessoal dos pacientes, dificultando até mesmo desempenhar papéis sociais que antes eram naturais.
Além disso, sentimentos de perda e luto pelas partes da vida que foram comprometidas pela doença são comuns, levando a uma necessidade urgente de apoio psicológico. O isolamento social se intensifica devido à falta de compreensão de amigos, familiares e até profissionais de saúde, em decorrência dos estigmas associados a essas condições invisíveis.
Outra questão alarmante é o fenômeno do gaslighting, onde as experiências dos pacientes são desconsideradas, resultando em uma prática médica que pode levar a um agravamento do estado de saúde por falta de tratamento adequado.
O impacto da Covid longa e das doenças crônicas invisíveis vai além dos portadores: afeta famílias, amigos e comunidades inteiras. Para combater essas questões, é essencial promover iniciativas que aumentem a conscientização e o apoio a esses pacientes, criando políticas públicas inclusivas que não deixem ninguém para trás.
Por fim, as redes sociais podem servir como um canal de apoio crucial, permitindo que os pacientes se conectem e compartilhem suas experiências. Entretanto, é fundamental que esses grupos sejam adequados e acolhedores para que os indivíduos possam encontrar um espaço seguro e solidário.
A luta contra a Covid longa e outras doenças crônicas invisíveis precisa do envolvimento de todos. Informar-se, apoiar e buscar melhorias nas condições de vida e tratamento para esses pacientes deve ser uma prioridade social. Juntos, podemos fazer a diferença!