O Papel Crucial dos EUA na Preservação da Democracia Brasileira em 2022
2024-12-08
Autor: João
O cientista político Antonio Lavareda revelou que, em última instância, foram as ações do governo dos Estados Unidos que impediram um golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022. Em uma entrevista exclusiva, Lavareda aponta que não se deve creditar à consciência das Forças Armadas brasileiras a manutenção da democracia, pois eles estavam cientes das intenções golpistas e não denunciaram os planos.
Durante as eleições, uma comitiva enviada pelo presidente Joe Biden se reuniu com os líderes das Forças Armadas brasileiras, deixando claro que os EUA não apoiariam qualquer movimento que ameaçasse a democracia no Brasil. Segundo Lavareda, essa postura foi essencial para frustrar os planos de uma ruptura institucional.
As relações entre as Forças Armadas do Brasil e dos EUA têm profundas raízes históricas, fortalecidas após a Segunda Guerra Mundial, com vários tratados e treinamentos conjuntos. No entanto, Lavareda observa que a condução legalista dos chefes militares não deve ser vista como heroísmo, mas como uma obrigação. Para ele, a verdadeira heroína que deve ser reconhecida é a general Laura Jane Richardson, cujo impacto dissuasório foi significativo.
Criticamente, o pesquisador destaca que muitos generais que se opuseram ao golpe enfrentaram ataques nas redes sociais, mas insiste que seu comportamento não pode ser visto como um ato de heroísmo. A obrigação de denunciar planos ilegais deve ser uma prioridade, e a ausência de denúncias após o 8 de Janeiro levanta questões sobre a legitimidade de suas ações.
Além disso, Lavareda comenta que, se Donald Trump estivesse na presidência em 2022, a situação poderia ter sido muito diferente. Trump, aliado de Bolsonaro, provavelmente não teria enviado representantes para alertar sobre a ameaça à democracia brasileira. Isso suscita preocupações sobre novos riscos golpistas que ainda podem estar presentes no cenário político atual.
Portanto, a análise é clara: a assistência e a postura dos EUA foram fundamentais para a preservação da democracia no Brasil em 2022. Contudo, as implicações do apoio externo e as ações das lideranças militares precisam ser continuamente questionadas para garantir a proteção dos princípios democráticos no futuro.