
O Patriota que a PF Tentou Desbloquear: 10 Milhões de Tentativas e Nenhum Sucesso!
2025-04-08
Autor: Matheus
Renato Marchesini Figueiredo, conhecido como "patriota", foi preso após os atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Desde então, a Polícia Federal (PF) tentou, em vão, desbloquear seu celular impressionantes 10 milhões de vezes. Embora tenha conseguido liberdade provisória dez dias após sua prisão, ele está sob rigorosas medidas cautelares, incluindo o uso de uma tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais.
Natural de Franca, no interior de São Paulo, Marchesini trabalhava em uma empresa de consórcios e começou a se envolver profundamente com o movimento bolsonarista em 2021. Durante a campanha presidencial de 2022, ele se destacou por produzir e compartilhar conteúdo que atacava o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o candidato presidencial do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Sua última postagem nas redes sociais foi feita em 12 de dezembro de 2022, onde ele disseminava vídeos e fotos cheia de conteúdos hostis, especialmente dirigidos a ministros do STF. Após as eleições, onde Lula saiu vitorioso, Marchesini manteve sua atividade nas redes, sugerindo apoio a intervenções militares e organizando manifestações diante dos quartéis do Exército. Ele chegou a gravar vídeos anunciando datas de mobilização, como um que dizia: "Franca, 3 de novembro de 2022. A resistência continua. SOS Forças Armadas".
Atualmente, ele possui uma empresa registrada em 2021 como Microempreendedor Individual (MEI) na área de atividades auxiliares de transportes terrestres, embora sua trajetória tenha se desviado para um caminho mais controverso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por crimes graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio público.
Na próxima terça-feira (15/4), Marchesini enfrentará uma audiência de instrução e julgamento que ocorrerá por videoconferência no STF. Quatro testemunhas, incluindo o coronel Carlos Eduardo Melo de Souza, comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), foram convocadas para depor.
A PF, utilizando o software Cellebrite Premium, realizou o processo de quebra de senha em seu celular, mas o resultado foi frustrante, já que, apesar das 10 milhões de tentativas, o aparelho, um Samsung Galaxy A30, continua inacessível. O relatório indicou que o policial responsável não conseguiu identificar dados relevantes, apenas confirmando o modelo do dispositivo e que o desbloqueio foi impossibilitado.
Com relação ao conteúdo procurado no celular, o ministro Alexandre de Moraes enumerou 36 termos distintos que estão sendo investigados, incluindo palavras que aludem a intervenções militares, desobediência civil e ameaças ao Estado democrático. O foco das apurações gira em torno do quanto Marchesini pode ter estado envolvido nos tumultos de 8 de janeiro.
Embora existam indícios de sua participação nos eventos, até o momento não foram apresentadas provas concretas que demonstrem que ele tenha cometido atos de violência ou depredação durante os acontecimentos. As tensões em torno desse caso permanecem elevadas, refletindo um período de divisão acentuada na sociedade brasileira.