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O que está por trás das demissões em massa no SBT após a morte de Silvio Santos?

2024-10-05

A morte de Silvio Santos (1930-2024), ícone da televisão brasileira, ocorreu há pouco mais de um mês e já desencadeou uma série de demissões no SBT, com três altos funcionários sendo dispensados somente nesta semana. Essas demissões não são meras coincidências; a emissora está enfrentando uma severa crise de faturamento e de audiência, agravada desde a entrada de Daniela Beyruti na vice-presidência. Em 2024, a estratégia arriscada de mudanças na programação resultou em um aumento significativo nos gastos da empresa.

Durante o ano, a filha de Silvio Santos implementou mudanças drásticas na grade de programação, buscando identificar quais áreas foram mais afetadas pela crise. Infelizmente, essas ações não tiveram o efeito desejado. Segundo informações do Notíciárias da TV, o SBT enfrentou uma redução de 5% em sua receita com publicidade, arrecadando R$ 1,149 bilhão, em comparação com R$ 1,209 bilhão no ano anterior.

Uma das razões apontadas para essa crise é a tentativa de inovação, que incluiu a estreia de novos programas. A emissora lançou o "Chega Mais", apresentado por Regina Volpato, Paulo Mathias e Michelle Barros nas manhãs, e à tarde, o "Tá na Hora", com Márcia Dantas e Marcão do Povo. Além disso, o SBT Brasil ganhou uma nova apresentação com Cesar Filho e ainda surgiram programas como "Sabadou com Virginia" e o "Circo do Tiru", além de uma nova faixa de podcasts que é transmitida na madrugada.

Os domingos do SBT também passaram por uma reformulação completa, especialmente após a saída de Eliana Michaelichen para a Globo. Com a reorganização da grade, Celso Portiolli aumentou seu tempo de tela, enquanto o Programa Silvio Santos, agora apresentado por Patricia Abravanel, passou a começar mais cedo. Contudo, os desafios financeiros e a resistência do público a essas inovações forçaram a emissora a adiar a estreia do programa de Lucas Guimarães, que estava prevista para maio de 2024 e foi remarcada para 2025.

As demissões em massa que começaram na segunda-feira (30) são uma reação direta à necessidade de cortar custos. Murilo Fraga, diretor de programação, pediu demissão, alegando que não estava mais feliz em sua função após 15 anos. O mesmo ocorreu com Luciana Valério, diretora comercial, e Ariel Jacobowitz, que se despediu pouco após o fim do Programa Eliana, que ele dirigia desde sua estreia.

Os impactos das demissões são amplos e afetaram várias áreas da emissora, incluindo a equipe que trabalhava nos bastidores. A situação no SBT traz à tona perguntas sobre o futuro da emissora e como ela lidará com as crescentes dificuldades em um mercado de mídia que se transforma rapidamente. O que será do SBT sem a presença de Silvio Santos e suas estratégias infalíveis? Só o tempo dirá, mas, por enquanto, a crise e a incerteza parecem ser as únicas certezas.