Nação

O Que Lula Realmente Está Fazendo com a Economia?

2024-12-02

Autor: Matheus

Luiz Inácio da Silva, o icônico Lula, é um político que confiou apenas em sua própria intuição para guiar sua trajetória política e econômica. Desde seu primeiro mandato, Lula percebeu que o mantra "gasto é vida" não seria suficiente para garantir sua governabilidade. Ao entregar as rédeas da economia ao então Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Lula seguiria uma estratégia que misturava estabilidade com votos, mesmo criticando abertamente a "herança maldita" deixada por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.

A química entre Lula e Palocci funcionou inicialmente, mas, após um tempo, ele se sentiu livre para explorar novas abordagens, especialmente em seu segundo mandato. Essa mudança levou a desarranjos nas contas públicas e, eventualmente, ao desgaste de sua popularidade, uma trajetória que se intensificou sob a presidência de Dilma Rousseff.

Um ponto crucial nessa história é a forma como Lula e Dilma assumiram o controle da economia, desconsiderando a expertise necessária. Quando líderes políticos desconsideram os técnicos, os resultados podem ser desastrosos. O próprio Lula viu isso em sua administração, quando Henrique Meirelles, que chefiava o Banco Central, impôs sua autonomia e se negou a ser atropelado pela política, ameaçando até se demitir se suas diretrizes fossem desrespeitadas. Essa atitude foi semelhante ao que Fernando Henrique enfrentou durante o plano de Itamar Franco.

Hoje, no seu terceiro mandato, as coisas mudaram. O atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se viu no meio de uma batalha interna ao tentar distinguir a isenção de Imposto de Renda da contenção de gastos. Apesar de suas boas intenções, Haddad teve que ceder à visão de Lula, que agora parece ver o cenário econômico de forma diferente do que antes; esse novo Lula talvez tenha se rendido ao desafio profundo da economia brasileira.

Essa rendição pode até posicionar Haddad como um possível sucessor nas eleições de 2026 ou 2030, mas ela também desarma Lula em sua missão de preservar a confiança que foi tão arduamente conquistada. Uma confiança que é vital não apenas para a estabilidade do governo, mas também para a recuperação econômica que o Brasil desesperadamente busca. O futuro de Lula e do PT pode depender de um equilíbrio delicado entre a política econômica pragmática e o personalismo que, muitas vezes, pode acabar custando caro.