Ficar acordado por mais de 24 horas pode ter consequências devastadoras para o nosso corpo e mente. Quando não dormimos o suficiente, o funcionamento do cérebro é profundamente comprometido. Sintomas como alterações de humor, irritabilidade extrema, ansiedade e falta de motivação tornam-se comuns, enquanto a paciência parece desaparecer. Você pode se sentir como se estivesse sob o efeito de múltiplas bebidas alcoólicas, com cognitividade prejudicada e raciocínio lento.

Concentração e atenção são severamente afetadas, e logo você pode notar problemas de equilíbrio e coordenação. A memória não só falha na formação de novas informações, como também na recuperação de memórias antigas — tudo isso pode inviabilizar a aprendizagem e a tomada de decisões. Além disso, a percepção de riscos pode ser distorcida, levando a erros em atividades cotidianas que normalmente seriam simples.

Os riscos psicológicos se acentuam, uma vez que há uma inter-relação entre a privação de sono e condições como ansiedade e depressão. O ciclo vicioso pode fazer com que a falta de sono agrave esses transtornos, e vice-versa.

Mais alarming ainda é a relação entre a privação do sono e doenças neurodegenerativas. Enquanto dormimos, nosso cérebro realiza uma “faxina”, eliminando proteínas tóxicas acumuladas ao longo do dia. Quando não descansamos o suficiente, esse trabalho essencial fica comprometido, o que pode acelerar o desenvolvimento de doenças como Alzheimer.

Como se não bastasse, a privação de sono prolongada pode abrir as portas para doenças crônicas. Estudos mostram que, após 24 horas sem dormir, o desejo por alimentos ricos em gordura e açúcar aumenta drasticamente, devido à diminuição da leptina, o hormônio da saciedade. Isso é uma das razões pelas quais trabalhadores em turnos noturnos podem ganhar até 5 kg durante o primeiro ano de trabalho.

A resistência e a força muscular também diminuem, afetando até mesmo atletas, que só conseguem alcançar seu potencial máximo quando descansam adequadamente. Além disso, questões metabólicas e cardiovasculares como diabetes, hipertensão e obesidade podem se agravar devido à falta de sono. Dormir menos de 6 horas por noite está diretamente ligado ao aumento do risco de infarto e AVC.

Em relação ao sistema imunológico, noites mal dormidas prejudicam a produção de citocinas, essenciais para fortalecer nossas defesas contra infecções e para a recuperação de doenças. Você pode achar que pode compensar a falta de sono, mas isso é um mito. O volume de sono não funciona como um banco onde você pode simplesmente 'pagar' horas de sono devidas depois. O que acontece é que a qualidade do sono fica comprometida, mesmo se você tentar recuperar as horas perdidas.

Os sinais de insônia podem ser alarmantes. Existem queixas comuns como dificuldade em iniciar ou manter o sono e despertar muito antes do horário desejado. Se você perceber que passa mais de 24 horas acordado mais de três vezes por semana, isso é um sinal claro de que é hora de buscar ajuda. Uma avaliação médica, preferencialmente com um especialista em medicina do sono, pode ser crucial para entender as causas subjacentes e encontrar soluções eficazes.

Geralmente, a intervenção começa com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda a reverter esse ciclo de insônia e valorizar a importância de um sono reparador. Não ignore os sinais — a saúde do seu corpo e mente depende disso!