Fumaça densa se ergue na vila de Ariha, no norte da Síria, onde um violento conflito eclodiu entre jihadistas e as forças do regime de Bashar al-Assad — Foto: Omar HAJ KADOUR / AFP.

Mais de 200 vidas foram perdidas, incluindo cerca de 20 civis, desde quarta-feira (27), em consequência de combates na província de Aleppo, de acordo com o último relatório do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

O registro alarmante inclui 182 combatentes mortos, entre eles, 102 da formação jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), 19 de facções aliadas e 61 das forças do regime e seus grupos associados, segundo o OSDH.

A guerra civil na Síria, que se intensifica desde 2011, tem sido marcada por uma luta acirrada entre jihadistas e as forças de Assad, apesar de um cessar-fogo que está em vigor desde 2020. Nos últimos anos, os confrontos tinham sido esporádicos, mas a situação voltou a se agravar. Os rebeldes, que antes governavam uma vasta área sob a bandeira do Estado Islâmico, agora controlam apenas pequenas porções do território.

Os números de civis mortos aumentaram dramaticamente nesta quinta-feira (28), devido aos bombardeios realizados pelas forças russas aliadas ao regime sírio, com um civil também assassinato por ataques do exército sírio na véspera, conforme detalhou o OSDH.

O Ministério da Defesa sírio afirmou ter bloqueado "um grande ataque" que ainda continua em andamento.

O HTS, que é a antiga ramificação síria da Al-Qaeda, iniciou uma ofensiva conjunta com facções aliadas, segundo informações do Observatório, que possui uma vasta rede de informantes dentro da Síria. Este grupo jihadista controla o último reduto rebelde do país no noroeste, que inclui a maior parte de Idlib e partes das províncias adjacentes de Aleppo, Hama e Latakia.

Um correspondente da AFP reportou confrontos intensos a leste da cidade de Idlib desde a manhã de quarta (27), que incluem ataques aéreos devastadores. O Ministério da Defesa sírio, em um comunicado formal, notificou que os jihadistas do HTS e seus aliados realizaram "um ataque de grande magnitude" na manhã de quarta-feira.

Embora o Exército tenha enfrentado esses jihadistas "em cooperação com forças amigas", a ofensiva continua a desdobrar-se, e as tropas do regime alegam ter causado "grandes perdas" entre os grupos armados.

Com o suporte crucial das forças russas e iranianas, o regime de Bashar al-Assad já recuperou o controle de uma significativa parte do território sírio. Desde 2011, o conflito brutal resultou na morte de mais de meio milhão de pessoas e em milhões de deslocados, intensificando ainda mais a crise humanitária que assola a região.

Esse cenário devastador não apenas aumenta a tensão regional, mas também levanta questões sobre o futuro do povo sírio e a estabilidade do Oriente Médio. A comunidade internacional vigia de perto, enquanto a luta pelo poder e o desespero dos civis continuam a piorar em meio a essa guerra implacável.