O chefe de refugiados da Organização das Nações Unidas, Filippo Grandi, fez um alerta alarmante neste domingo (6), afirmando que os ataques aéreos realizados no Líbano violaram flagrantemente o direito internacional humanitário. Esses ataques, que têm atingido a infraestrutura civil e causado a morte de numerosos civis, são uma referência direta ao bombardeio em curso por parte de Israel no país.

"Infelizmente, estamos vendo muitas violações da lei humanitária internacional, com ataques aéreos que destroem ou danificam a infraestrutura civil, resultando em mortes de civis e afetando gravemente as operações humanitárias de maneira inaceitável" disse Grandi em uma coletiva de imprensa em Beirute.

Atualmente, o Líbano enfrenta uma crise humanitária profunda, com o deslocamento de mais de 1,2 milhão de pessoas devido à intensificação das operações aéreas e terrestres por Israel, que justifica suas ações com o objetivo de atingir o Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã. O cenário se agrava considerando que, anteriormente, os combates estavam restritos principalmente à área de fronteira entre Israel e Líbano, ora exacerbados pela guerra de Israel em Gaza contra o grupo palestino Hamas.

Grandi fez um apelo urgente a todas as partes envolvidas no conflito e àqueles que possuem influência sobre elas, pedindo que "cessassem essa carnificina que atualmente atormenta tanto Gaza quanto o Líbano".

Estatísticas alarmantes foram apresentadas: mais de 2.000 vidas foram perdidas, e quase 10.000 feridos no Líbano em quase um ano de combates, sendo a maioria das perdas registradas nas duas últimas semanas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. Enquanto isso, Israel reporta que cerca de 50 civis e soldados foram mortos.

Israel defende que seus alvos são exclusivamente instalações militares e que faz o possível para mitigar o risco de danos aos civis. Contudo, as autoridades libanesas afirmam que civis têm sido deliberadamente mirados durante os ataques. Para complicar ainda mais a situação, Israel acusa o Hezbollah e o Hamas de se esconderem entre a população civil, uma alegação que ambos negam veementemente.

Essa escalada de violência e o alto número de civis afetados levantam questões críticas sobre a proteção da população diante de conflitos armados, sinalizando a necessidade urgente de um diálogo pacífico e de soluções que priorizem os direitos humanos. O cenário no Líbano e em Gaza continua incerto, enquanto a comunidade internacional observa preocupada.