Como enfermeira atuando em um centro de tratamento neurológico intensivo, tenho presenciado os efeitos súbitos e devastadores de um AVC (acidente vascular cerebral) — tanto para os sobreviventes quanto para seus cuidadores.

Após anos de experiência na enfermagem, me especializei em pesquisa sobre essa doença. É alarmante como o conhecimento geral sobre os fatores de risco de AVC é limitado, o que torna a prevenção uma prioridade crucial para a saúde pública.

O AVC é uma das principais causas de morte e incapacitação não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, e é uma condição considerada em grande parte evitável. Embora geralmente se acredite que esse problema afete principalmente pessoas idosas, o risco de desenvolvimento de AVC pode surgir em qualquer fase da vida, com uma crescente incidência entre adultos com menos de 55 anos.

Os fatores de risco mais comuns — como hipertensão, colesterol elevado, obesidade, diabetes, tabagismo e sedentarismo — estão se tornando cada vez mais frequentes em populações mais jovens. Além disso, o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas recreativas, como cocaína e anfetaminas, têm se tornado preocupações de saúde pública.

Fatores de riscos não modificáveis, como idade, gênero, etnia e histórico familiar, também desempenham um papel significativo. As mulheres, independentemente da idade, apresentam uma probabilidade maior de sofrer derrames, especialmente se considerarmos riscos como gravidez, uso de anticoncepcionais e condições como a endometriose.

Outro aspecto crítico são os fatores sociais; estudos indicam que indivíduos com menor nível socioeconômico têm um risco aumentado de AVC, devido a hábitos não saudáveis e, muitas vezes, à falta de acesso a serviços de saúde de qualidade.

Independentemente dos riscos biológicos ou sociais, há medidas que você pode adotar agora para reduzir significativamente seu risco de AVC.

Oito atitudes essenciais:

1. **Deixe de fumar**: O tabagismo duplicou o risco de AVC comparado aos não fumantes. O fumo não apenas danifica os vasos sanguíneos, mas também eleva a pressão arterial, tornando o sangue mais propenso a coagulação.

2. **Monitore sua pressão arterial**: A hipertensão é uma causa conhecida de AVC, tornando os vasos mais vulneráveis. Verifique frequentemente sua pressão arterial e faça alterações no estilo de vida, se necessário.

3. **Fique atento ao colesterol**: Manter os níveis de colesterol sob controle é fundamental. A dieta deve ser equilibrada, evitando gorduras saturadas e incorporando exercícios regulares.

4. **Controle o açúcar no sangue**: Altos níveis de açúcar no sangue têm sido associados ao aumento do risco de AVC. Coma mais fibras, mantenha-se hidratado e pratique exercícios.

5. **Mantenha um peso saudável**: O sobrepeso e a obesidade são grandes fatores de risco. Um imc saudável reduz a chance de doenças cardiovasculares associadas ao AVC.

6. **Adote a dieta mediterrânea**: Esta dieta é rica em fibras e benéfica para a saúde cardiovascular. Inclua nozes e azeite de oliva em sua alimentação.

7. **Priorize uma boa qualidade de sono**: Uma noite de sono de qualidade pode reduzir o risco de hipertensão. Busque por 7 a 9 horas por noite.

8. **Se mantenha ativo**: Exercícios físicos regulares, pelo menos 150 minutos por semana, são fundamentais para reduzir o risco de AVC. As atividades devem ser variadas e distribuídas ao longo da semana.

A boa notícia é que, apesar do impacto devastador que o AVC pode ter, muitas vezes, suas consequências podem ser prevenidas. Implementar essas oito mudanças simples no estilo de vida pode ser a chave para proteger sua saúde cerebral e cardiovascular!