A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta preocupante: a proibição da venda de tabaco para jovens nascidos entre 2006 e 2010 pode evitar cerca de 1,2 milhão de mortes por câncer de pulmão até o final do século. O estudo, conduzido pela agência de câncer da OMS, a Circ, e publicado na revista The Lancet Public Health, revela números alarmantes sobre o impacto do tabagismo entre as novas gerações.

O tabagismo é reconhecido como o principal fator de risco de câncer de pulmão, que se destaca como o tipo mais comum e letal de câncer globalmente. Os pesquisadores estimam que, se medidas rígidas forem adotadas, poderemos evitar uma quantidade significativa dessas mortes. Dos mais de 2,95 milhões de mortes previstas até 2095, a proibição do tabaco poderia salvar um em cada 2,5 indivíduos afetados pela questão.

Embora o tabaco seja uma das principais causas de câncer de pulmão, é importante mencionar que outros fatores como o tabagismo passivo e a poluição do ar também contribuem para as estatísticas elevadas de mortalidade. Os dados do estudo abrangem informações de 185 países e se baseiam principalmente em estatísticas de mortalidade e incidência de câncer.

Uma tendência observada pelos autores é que mais homens do que mulheres morrerão por câncer de pulmão, com percentuais estimados de 45,8% para homens e 30,9% para mulheres. Isso está associado à maior prevalência do tabagismo entre homens, especialmente em regiões como a Europa Oriental e Central, onde as taxas de fumantes são mais elevadas.

A questão vai além das estatísticas: em 2023, a Conferência Europeia sobre Tabaco e Saúde, realizada em Madri, solicitou claramente a proibição do uso de tabaco entre os jovens e o banimento total da publicidade relacionada ao produto. Experiências similares foram testadas em países como Nova Zelândia, onde foi aprovada em 2022 a proibição da venda de cigarros para aqueles nascidos após 2008. No entanto, o novo governo conservador anunciou a revogação dessa medida, levantando preocupações sobre o comprometimento da saúde pública.

No Reino Unido, o primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, planeja reviver propostas para restringir a compra de cigarros por jovens com menos de 15 anos. Contudo, a aplicação estratégia desse tipo ainda gera controvérsias, especialmente sobre a legalidade de restringir o uso de uma substância com base na idade, uma vez que a maior parte do mundo considera a idade adulta a partir dos 18 anos.

Os especialistas concordam que apenas a política de "geração sem tabaco" não é suficiente para erradicar o flagelo do tabagismo. Medidas adicionais, como aumentar impostos sobre produtos de tabaco, implementar áreas livres de fumo e oferecer suporte para pessoas que desejam parar de fumar são essenciais para a mudança. Se não agirmos rapidamente, as consequências para a saúde pública continuarão a ser devastadoras. Portanto, a hora de agir é agora, e o futuro das novas gerações depende disso!