Ciência

OMS Recomenda Proibição da Venda de Tabaco para Jovens: Uma Medida Crucial para Salvar Milhões de Vidas

2024-10-03

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que a venda de tabaco seja proibida para indivíduos nascidos entre 2006 e 2010. Segundo um estudo da agência de câncer da OMS, conhecido como Circ, essa medida poderia evitar cerca de 1,2 milhão de mortes por câncer de pulmão até o final do século.

O tabagismo permanece como o principal responsável pelo câncer de pulmão, que é o tipo de câncer mais comum e mortal ao redor do mundo. Com base nos dados coletados, os pesquisadores estimam que, até 2095, mais de 2,95 milhões de mortes poderiam ocorrer nesta faixa etária, que representa mais de 650 milhões de pessoas.

Embora as mortes por câncer de pulmão não sejam causadas apenas pelo consumo de tabaco, outros fatores, como tabagismo passivo e poluição do ar, pelos quais os autores também alertam. No entanto, uma proibição sobre a venda de tabaco poderia resultar em uma significativa redução no número de mortes associadas, evitando mais de um terço das fatalidades projetadas.

A pesquisa, publicada na revista The Lancet Public Health, revela que a chance de evitar mortes por câncer de pulmão é maior para homens (45,8%) em comparação às mulheres (30,9%). Essa tendência é, segundo os pesquisadores, ligada ao padrão histórico de tabagismo, onde homens frequentemente iniciam o consumo mais cedo e em maior quantidade.

A equipe de pesquisa é composta por especialistas de renome, incluindo universidades de Santiago de Compostela (Espanha), Pretória (África do Sul), Otago (Nova Zelândia), e Ouro Preto (Brasil), além de membros da Sociedade Americana de Câncer e do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças.

Curiosamente, em diversas regiões como América do Norte, partes da Europa, Austrália e Nova Zelândia, a redução das mortes evitáveis seria maior entre as mulheres do que nos homens.

No que diz respeito às regiões com as taxas mais altas de mortes evitáveis, observou-se que entre as mulheres da Europa Ocidental (77,7%) e homens da Europa Central e Oriental (74,3%), a porcentagem é alarmante.

Em 2023, a Conferência Europeia sobre Tabaco e Saúde (ECToH) também fez um apelo em Madri por legislação que proíba não apenas o uso de tabaco entre jovens, mas a publicidade deste produto em sua totalidade.

Países como Nova Zelândia, onde em 2022 foi aprovada a proibição da venda de cigarros para quem nasceu depois de 2008, estão em uma trajetória progressista, embora o novo governo conservador tenha demonstrado intenções de abandonar essas medidas até o final de 2023.

No Reino Unido, o primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, está considerando reviver projetos que visam restringir a venda de tabaco para menores de 15 anos. Contudo, essa questão gera uma polêmica sobre a legalidade de restringir o uso de produtos, até certo ponto, uma vez que os jovens atingem a idade adulta.

Entretanto, os especialistas alertam que uma política pode não ser suficiente para erradicar completamente o tabagismo, que ainda é um dos maiores desafios de saúde pública. Para isso, é fundamental implementar medidas consistentes, como aumento de impostos sobre produtos do tabaco, criação de ambientes livres de fumo e apoio eficaz para aqueles que desejam parar de fumar.

Com todas essas informações, fica a pergunta: estaremos prontos para uma verdadeira geração sem tabaco e, consequentemente, sem doenças e mortes evitáveis? A saúde pública depende das decisões que tomamos hoje!