Leonardo Oliveira de Moraes esperou por dois anos e meio por um rim, sem imaginar que sua doadora estava mais perto do que nunca. Sua esposa, Rosa Bartoski de Moraes, descobriu que poderia ajudá-lo em uma consulta médica. Surpresa com a possibilidade, a médica indagou: “Vocês são compatíveis?”. O casal, sem saber a resposta, decidiu realizar os exames e, para a alegria de ambos, o resultado foi positivo.

“Caímos no choro”, relembra Rosa, ao aceitar ser a doadora. A cirurgia foi realizada em 17 de julho de 2024, em São Paulo, e para Leonardo, a transformação foi monumental: “Mudou minha vida, tudo voltou ao normal.”

A história de Leonardo e Rosa faz parte da série documental “Opera30o Transplante”, que apresenta 18 relatos emocionantes sobre o processo de doação e transplante de órgãos, disponível na plataforma Max e no canal Discovery Home&Health, com novos episódios às quintas-feiras.

A produção da série envolveu um intenso trabalho de filmagem por três meses, com duas equipes, uma dedicada ao dia-a-dia das cirurgias. Rodrigo Astiz, diretor-geral, enfatiza a urgência desse tema: “Você nunca sabe quando um órgão será disponibilizado e quem será o receptor”. No caso do rim, os órgãos têm apenas 48 horas de sobrevivência fora do corpo, o que torna cada momento crítico.

No Brasil, em 2024, foram realizados 9,4 mil transplantes, sendo 2,7 mil apenas em São Paulo. Infelizmente, dados do Sistema Nacional de Transplantes mostram que 45,7 mil pessoas ainda aguardam por um transplante – um quadro preocupante considerando que apenas 55% das famílias autorizam a doação, mesmo quando a vontade do falecido é conhecida.

O grande desafio está em sensibilizar as famílias sobre a importância da doação. O médico Valter Duro Garcia, da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), sublinha que a doação pode salvar vidas e que um único doador pode beneficiar até oito pessoas.

Os dados são alarmantes: o número de transplantes de córnea atingiu 17.106 em 2024 e as estatísticas de doadores ainda são decepcionantes. Cada doação de órgãos representa uma chance de transformar a vida de muitos. A produtora-executiva da série, Adriana Cechetti, acredita que esse é um tema fundamental para a sociedade e que a série poderá ajudar a mudar essa realidade.

Rodrigo Astiz reforça essa esperança, afirmando que, se a série conseguir mudar a opinião de pelo menos uma pessoa sobre a doação, seu trabalho já terá valido a pena. O impacto social e a necessidade de conscientização são temas centrais na luta por mais doações de órgãos.